Um japonês de extrema-direita decepou um dedo e o enviou pelo correio para a sede do partido governista como protesto pela ausência do primeiro-ministro Shinzo Abe nas celebrações de aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial em um santuário que homenageia japoneses mortos em guerras.
Yoshihiro Tanjo, de 54 anos, integrante de um grupo ultradireitista em Okayama, oeste do Japão, foi detido hoje sob acusação de ameaçar o primeiro-ministro Shinzo Abe e seu Partido Liberal Democrata (PLD), informou um porta-voz da polícia. Ele havia se apresentado sábado último à polícia e declarado que tinha enviado o dedo decepado a fim de mostrar que deveria ser levado à sério.
A agência de notícias Kyodo havia divulgado que Tanjo enviou seu dedo mínimo esquerdo decepado, um DVD mostrando o dedo sendo cortado e uma declaração de protesto para a sede do PLD no dia do aniversário do fim da guerra. Um funcionário do partido abriu o pacote na segunda-feira e imediatamente apresentou queixa à polícia.
O santuário Yasukuni homenageia cerca de 2,5 milhões de japoneses mortos em guerras do passado, inclusive diversos condenados e executados depois da Segunda Guerra Mundial por crimes de guerra, e é criticado interna e externamente como um símbolo do passado militarista do Japão.
Abe, um nacionalista convicto, rezava regularmente em Yasukuni – mas aparentemente tem evitado de fazê-lo desde que assumiu o governo em setembro passado, refletindo um preocupação com os frágeis laços do Japão com seus vizinhos asiáticos.
Dezenas de extremistas de direita promoveram um barulhento protesto na frente do gabinete do primeiro-ministro em 15 de agosto, no aniversário da rendição japonesa, criticando Abe por não ter rezado em Yasukuni e chamando-o de “traidor”. (AE)