Quanto custa ao cidadão manter, sob seu bolso, toda a estrutura de gabinete e atividades de um deputado federal? No caso dos dois representantes do ABC na Câmara dos Deputados, Alex Manente (PPS) e Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), o gasto de dinheiro público chega a R$ 2,2 milhões em cotas, entre fevereiro de 2015, a partir da posse da atual legislatura, e dezembro de 2017.
Em levantamento feito pelo RD, por meio do Portal da Transparência da Câmara dos Deputados, foram consideradas despesas como manutenção de escritório de apoio parlamentar, telefonia, serviços postais, hospedagens, divulgação, passagens aéreas, segurança, táxi, pedágio, combustível, alimentação e outros. Nesse período, Manente utilizou R$ 1,3 milhão, enquanto Vicentinho onerou R$ 880,4 mil aos cofres públicos.
Dessa forma, Manente é o quarto parlamentar, da bancada de São Paulo entre titulares (70) e suplentes, em gastos de verba pública para manutenção do gabinete e atividades do mandato. Em comparação com o deputado federal Nelson Marquezelli (PTB), que conta com o maior uso de cotas no bloco paulista, a popular-socialista gastou apenas R$ 6,6 mil a menos.
Em 2015, Manente registrou gastos de R$ 405,6 mil, valor que aumentou no ano seguinte, para R$ 457,9 mil. Em 2017, o popular-socialista onerou R$ 448,3 mil os cofres públicos. Por sua vez, Vicentinho, na mesma ordem da atual legislatura, despendeu R$ 237,7 mil, R$ 285,8 mil e R$ 356,8 mil. Dessa forma, o petista é o 61º parlamentar na lista de 81 deputados e suplentes que ocuparam a cadeira no Parlamento, por São Paulo, neste mandato.
Em 35 meses no Congresso Nacional, Manente gastou com divulgação de atividades (R$ 743,7 mil), bilhetes e passagens aéreas (R$ 167,7 mil), escritório de apoio (R$ 165,7 mil), telefonia (R$ 96,7 mil), segurança (R$ 69,2 mil), combustíveis (R$ 28,4 mil), consultorias (R$ 19,2 mil), alimentação (R$ 11,7 mil), serviços postais (R$ 6,7 mil), taxi e pedágios (R$ 1,4 mil) e hospedagem (R$ 1,2 mil).
Entre a verba gasta por Vicentinho, o maior valor foi destinado para emissões de bilhetes e passagens aéreas (R$ 422,2 mil), correspondente a 48% da cota parlamentar utilizada. Em seguida, surgem despesas com manutenção de escritório de apoio parlamentar (R$ 118,3 mil), divulgação de atividades (R$ 116,6 mil), combustíveis (R$ 112,9 mil), telefonia (R$ 61,1 mil), serviços postais (R$ 19,5 mil), táxi e pedágios (R$ 16,4 mil), hospedagem (R$ 9,3 mil), alimentação (R$ 2,7 mil) e outros.
Além de gastos com manutenção de gabinete, escritórios políticos e atividades parlamentares, os contribuintes ainda pagam os salários dos deputados, na quantia de R$ 33,7 mil por mês. Já a remuneração com a folha de pagamento com funcionários de gabinete (limite é 25 assessores por parlamentar) pode chegar até a R$ 101,9 mil mensais. Somado a isso, no início e no fim do mandato, o parlamentar pode receber ajuda de custo equivalente ao valor mensal da remuneração.
Dessa forma, caso Manente e Vicentinho usem o limite remuneratório, com subsídios como deputados e a folha salarial aos assessores, o custo pode chegar a R$ 9,5 milhões em 35 meses, que seriam somados aos R$ 2,2 milhões de estrutura parlamentar despendida nesse período. Portanto, o total poderia chegar a R$ 11,7 milhões de dinheiro público.
O RD contatou as assessorias de Manente e Vicentinho, inclusive mostrando os dados e os cálculos obtidos por meio do Portal da Transparência. A reportagem abriu espaço para ambos justificarem tais valores e se havia pretensão de maior economia com dinheiro público futuramente, porém, os dois parlamentares não se pronunciaram a respeito.