
A alimentação dos servidores públicos de Santo André ainda é motivo de uma celeuma entre o sindicato da categoria, o Sindserv e a Prefeitura. Em sua campanha salarial, a entidade pede não apenas o aumento do valor, mas principalmente o final da entrega das marmitas, algo que já foi motivo de sérias denúncias em 2017.
“Apesar das reclamações que fizemos no ano passado, não houve qualquer tipo de mudança. Ainda recebemos as marmitas que chegam atrasadas e com uma qualidade ruim. Então, até seria mais barato para a Prefeitura ao invés de comprar essas marmitas, dar o valor em um cartão, em um vale-refeição, assim cada servidor poderia comprar aquilo que bem entende e comeria onde quisesse”, disse o diretor do Sindserv Santo André, Rodrigo Gomes.
Segundo o sindicalista, a Prefeitura gasta R$ 17 com cada marmita. Na campanha salarial, o funcionalismo pede que o valor aumente para R$ 30, porém com o valor sendo direcionado para um cartão. Inclusive, o sindicato aceitaria a criação de um vale-refeição com o atual valor, pois, o que mais querem é o fim da distribuição das marmitas.
Em 2017, o RD divulgou a denúncia de funcionários sobre a qualidade das marmitas recebidas. Além da má qualidade, a queixa era de que larvas foram encontradas em algumas unidades. Na época, a Prefeitura informou que até março a empresa Provac Terceirização de Mão de Obra Ltda. era a responsável pelo marmitex. Depois a Apetece Sistemas de Alimentação S/A, que já possuía contrato com a Craisa, assumiu o fornecimento das refeições. Logo depois providências foram tomadas para acabar com tais reclamações.
Relação
Em torno da relação entre o Sindserv Santo André e a Prefeitura, Rodrigo Gomes afirmou que até o momento não existem grandes conflitos. “As coisas estão calmas, até porque ainda não realizamos nenhuma reunião sobre a campanha salarial. Considero que quando for formada a mesa de negociações, não teremos um clima tão ameno, mas ainda temos de esperar”, explicou.
Lançada na semana passada, a campanha salarial começará a ser debatida após o Carnaval. No ano passado, as negociações não seguiram em frente, pois ainda havia o imbróglio em torno da decisão sobre a nova direção do sindicato. Após diversas batalhas jurídicas e eleitorais, a chapa liderada por Durval Ludovico Silva venceu o pleito interno.
Outra diferença em torno dessa campanha é que o início dela foi realizado de forma nacional com uma campanha salarial unificada liderada pela Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT) que, além do reajuste nos vencimentos dos servidores, também vai incluir pautas nacionais, como a Reforma da Previdência.