Em assembleia realizada, nesta sexta-feira (9), na sede do Sindicato dos Servidores Públicos (Sindserv) de Santo André, foi definido que a categoria vai entrar em estado de greve. A medida serve como um “alerta”. O funcionalismo exige a documentação da empresa Greenline, nova responsável pelo plano de saúde, para comparar com o edital do Instituto de Previdência. Caso o acesso seja negado, uma paralisação será deflagrada.
A categoria quer que a empresa e a Prefeitura possam disponibilizar toda a documentação, pois consideram que a Greenline “não tem capacidade de atender o funcionalismo”. “Temos a certeza de que o Hospital Salvalus (na Capital) não tem a capacidade de atendimento. Além disso, esse mesmo hospital é alvo de investigações”, explicou Rodrigo Gomes, diretor do Sindserv Santo André.
A intenção do Sindicato é entrar na Justiça para cancelar o edital que definiu o novo plano de saúde dos servidores. Enquanto isso, a entidade busca alternativas por outros dois caminhos. O primeiro é um abaixo-assinado que faz uma série de críticas a gestão do prefeito andreense, Paulo Serra (PSDB), e todo o imbróglio em torno do processo licitatório. Principalmente do impedimento do acompanhamento do leilão na sede do Instituto de Previdência de Santo André (IPSA), em fevereiro. Segundo o Sindserv foram angariadas 2.631 assinaturas. O documento foi protocolado na Prefeitura também nessa sexta.
O segundo caminho é fazer com que uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) seja instalada na Câmara para averiguar todo o processo licitatório e investigar a real capacidade da Greenline de atender os 27 mil funcionários públicos ativos e inativos de Santo André. Ainda sobre o Legislativo, a categoria espera a divulgação de um relatório que será feito pela Comissão de Assuntos Relevantes da Casa que também avalia a situação.
Relembrando
As informações sobre o estado de greve e da possibilidade de uma paralisação foram divulgadas pelos membros do Sindserv Santo André em entrevista exclusiva ao RDtv, na última terça-feira (6). Os sindicalistas buscam dar uma resposta aos servidores que estão reclamando sobre a mudança que ocorreu após o Grupo NotreDame Intermédica ter pedido um reajuste de 40% no contrato para continuar prestando o serviço para o funcionalismo.
Sem aceitar o reajuste, a Prefeitura publicou o edital, pois o contrato com a Intermédica termina no dia 28 deste mês. No leilão, a Greenline ofereceu um valor de R$ 159 por servidor, enquanto a atual responsável pelo plano de saúde ofereceu um preço R$ 1 acima de sua concorrente, mesmo após pedir um alto reajuste.
Pautas
Além da questão ligada ao plano de saúde, os servidores não querem que haja a mudança em relação ao vale-transporte. Atualmente o direito é pago em dinheiro, mas a intenção da Prefeitura de Santo André é que o mesmo seja entregue através de bilhetagem eletrônica, algo que o Sindicato considera que será “ruim”, pois muitos trabalhadores não utilizam o transporte público por residirem em bairros afastados de seus respectivos locais de trabalho.