
Para encerrar o Junho Vermelho neste sábado (30), mês dedicado à adoção de sangue no País, a ONG Adote um Cidadão, de São Bernardo, que completará 19 anos em julho, fará sua parte de amor ao próximo. Cerca de 60 pessoas, a maioria com deficiência visual, caminharão da sede da instituição – ao lado da rodoviária municipal – até o hemocentro de São Bernardo, administrado pela Colsan, regional ABC e instalada no Jardim das Américas. A saída será às 8h.
Em 2017, a instituição esteve representada por 40 doadores no hemocentro. “O deficiente visual, geralmente, é ajudado, por exemplo, na hora de atravessar a rua. Então, agora chegou a vez de ele doar o amor que corre em suas veias para outra pessoa. Quem sabe não seja o cidadão que o ajudou em alguma dificuldade”, apontou o empresário e fundador da ONG, Antonio Carlos Veiga, 48 anos, de São Bernardo.
A doação espontânea neste sábado, certamente, aumentará o estoque de bolsas de sangue na entrada de julho, mês que costuma cair o número de doadores por conta das férias e inverno. “Até hoje (29), temos uma reserva entre 15 e 18 dias, fruto da campanha do Junho Vermelho. Felizmente, as pessoas se sensibilizaram e vieram doar neste mês”, afirmou Solange Rios, gerente administrativa da Colsan na região.
Em números reais, o estoque representou cerca de 6,3 mil bolsas de sangue coletadas desde o dia 1º de junho até a data desta sexta-feira (29), segundo Solange. O número ideal, no entanto, seria 8 mil mensais, o que dificilmente é conseguido mensalmente nos postos do ABC. A baixa continua sendo o Rh-negativo, tipo que apenas 3% da população do País oferece. “A gente costuma fazer um trabalho de formiguinha para buscar esse público-alvo”, disse a gerente.
No ABC, a Colsan abastece os hospitais públicos a partir de quatro postos de coleta na região – dois em Santo André (Centro Hospitalar Municipal e Hospital Estadual Mário Covas), um em São Bernardo (hemocentro) e um em São Caetano (rua Peri, 36, bairro Oswaldo Cruz). A entidade também atua na Baixada Santista.
Inclusão social
A Adote um Cidadão investe em trabalho social de inclusão digital para deficientes visuais – hoje, são cerca de 40 pessoas, além de adultos e idosos. Na sede, os alunos aprendem a mexer com a rede social, como o Facebook, ou mesmo se comunicar pelo WhatsApp ou por e-mail.
Também há atividade gratuita voltada ao adolescente e jovem, a partir de 16 anos. Os cursos profissionalizantes, como de agente de turismo ou caixa de supermercado, visam a inclusão no primeiro emprego. No total, entre os dois projetos, são cerca de 150 pessoas inscritas, segundo o coordenador.
Além de campanhas e ações educativas, tem muita diversão na ONG, desde tour por museus até passeios por roteiros turísticos de São Paulo. Dia 12 de julho, por exemplo, o roteiro será São Roque – tour do vinho. Já dia 26, a aventura fica bem mais radical. Dez deficientes visuais saltarão de paraquedas, direto do Centro Nacional de Paraquedismo de Boituva, cidade do interior paulista.