
Três semanas após receber uma notificação da Previdência Social, ou INSS, para devolver o prédio onde funciona o Hospital Municipal (HM), no bairro Piraporinha, o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), se pronunciou sobre o caso. Durante um ato na região central, na última quinta-feira (6), o verde reafirmou que não vai entregar o edifício e que pretende manter o acordo firmado em 2013 para manter o equipamento junto ao município. Para Michels, o Instituto “não sabe o que está fazendo”.
O chefe do Executivo diademense alega que existem dois acordos com a Previdência Social em torno do prédio do HM. O primeiro, feito de forma verbal, faz com que a Prefeitura pague o aluguel de R$ 23 mil do local que abriga a agência do INSS na cidade, localizada no Centro, próximo à sede da Prefeitura. No mesmo trato seria oferecido um espaço definitivo, porém não houve resposta.
O segundo acordo é um termo de compromisso entre as duas partes, assinado em 2013, que dá ao município a autorização para ocupar o prédio e fazer do mesmo um hospital, sendo que no mesmo documento o HM seria doado a cidade sem qualquer tipo de encargo ou valores. Mesmo assim a Previdência pediu a devolução do local.
“Eu não vou entregar o prédio. Temos dois acordos e vamos continuar com eles. Nós mandamos um ofício para o Ministério da Saúde, porém o Ministério e o INSS não conversam entre si e quem não se comunica se trumbica”, disse Michels usando como referência um dos bordões do apresentador Abelardo Barbosa, o Chacrinha (morto em 1988).
O prefeito afirma que gasta carca de R$ 10 milhões com o HM, contando o dinheiro para o pagamento das contas de energia elétrica e água. Nos últimos anos, o equipamento passou por pequenas reformas, porém o município alega que não há possibilidades de grandes intervenções, pois a estrutura do prédio, datado da década de 1960, não permitiria obras maiores.
Novo HM
Enquanto não resolve as questões do atual prédio do Hospital do Piraporinha, como também é conhecido, Lauro Michels ainda aguarda uma decisão do Legislativo sobre o projeto de lei que dá autorização para que o Poder Executivo obtenha um financiamento de R$ 128 milhões junto à Caixa Econômica Federal para a construção de um novo HM, na avenida Ulisses Guimarães, no bairro Vila Nogueira.
“Já tenho tudo acertado com a Caixa, só falta a aprovação dos vereadores. Com um novo prédio eu conseguiria economizar e daria a população um local mais moderno e mais adequado, porém estou na espera”, concluiu o chefe do Executivo. A proposta está na Câmara desde o ano passado, mas nunca entrou em votação devido aos problemas políticos com a base governista.
Do lado da oposição, o questionamento é sobre a forma de devolução dessa verba para o banco público que seria por meio dos tributos do município, algo considerado ruim pelos oposicionistas que acham que tal formato pode prejudicar outros investimentos na cidade. Além disso, pedem mais dinheiro para os demais equipamentos de Saúde.