
Passageiros da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), principalmente os da Linha 10 – Turquesa, que atende à região do ABC, estão assustados com o aumento da criminalidade dentro das estações e vagões de trem. Usuários relatam que a situação se agrava na saída das estações Capuava e Utinga, em Santo André, pois falta vigilância e há assaltos e arrastões frequentes, especialmente no período noturno e nos últimos vagões, onde ficam poucas pessoas.
Neste ano, segundo a companhia, oito roubos ocorreram entre as linhas 7, 10, 11 e 12, sendo três na estação de Utinga. Já no ano passado, foram cinco registros.
Universitária de Direito, Bruna Martines, 23 anos, moradora da zona oeste de São Paulo, foi uma das vítimas na estação Utinga no último mês. Dois homens armados comandaram arrastão no interior do último vagão, quando a composição parou na plataforma. Os bandidos levaram carteiras e celulares de, ao menos, três passageiros, e fugiram pelos trilhos antes da porta fechar. “Todos nós ficamos muito assustados. Por estarmos dentro do trem, pensamos que teríamos segurança”, diz. Ao sair da estação, agentes da CPTM acompanharam as vítimas para registro de boletim de ocorrência.
O estudante Denis de Aquino Motta, 18 anos, também presenciou ato de criminalidade em Utinga. Ao sair da faculdade, por volta das 23h30, foi encontrar sua amiga na plataforma, e quando a jovem saiu do trem, dois rapazes empurraram contra a parede da estação e roubaram sua bolsa. “Havia apenas um segurança na plataforma, e quando ele viu o ato, os criminosos pularam a catraca e fugiram”, afirma. Denis aponta ainda que a estação da Capuava também é alvo da insegurança. “As duas estações são deixadas de canto, como se não existissem. Falta segurança, a situação é deplorável”, critica.
David Molina, 29, morador da Freguesia do Ó, em São Paulo, vem aos fins de semana para Mauá e Rio Grande da Serra por lazer e já presenciou furtos, atos de assédio sexual e usuários de drogas no interior dos vagões. Embora tenha registrado a reclamação no canal próprio da companhia, não houve resultado positivo.
O problema também chegou nas redes sociais, onde usuários reclamam da falta de segurança no interior de todas as estações da malha ferroviária e relatam terem medo de utilizarem o meio de transporte. Caso de Caroline Bahia, de Mauá, que postou: “Cuidado se forem para Mauá. Os trens são um caos”. A estudante Gabriella Cazella foi na mesma linha: “Roubar virou moda na linha turquesa. Já que está fácil”.
O que diz a empresa
A CPTM informou, por nota, que a segurança foi reforçada na estação Utinga, com a inclusão de agentes armados.
Segundo a companhia, a frota hoje possui 1,3 mil agentes de segurança e vigilantes terceirizados, que fazem ronda diuturnamente em trens e estações, uniformizados ou descaracterizados, além de vigilância ao longo das vias. A Gerência de Segurança também possui Central de Monitoramento, que acompanha as imagens das estações em tempo real, por 24h, com aproximadamente oito mil câmeras instadas em todas estações.
Em relação às ocorrências, informou que usuários podem contribuir com a segurança do sistema, denunciando atitudes suspeitas ou irregularidades pelo serviço do SMS-Denúncia (97150-4949), que garante total anonimato ao denunciante.