
Com investimentos de R$ 390 mil, a Sabesp inaugurou nesta quarta-feira (5), em São Bernardo, a primeira mini-hidrelétrica do país. A unidade localizada no bairro Rudge Ramos vai gerar energia que vai ajudar no funcionamento das bombas que levam água para 15 mil domicílios da região. O sistema pioneiro no país terá mais 16 unidades na região nos próximos anos.
Funcionando de forma prévia há 15 dias, o novo sistema aproveita a força da água que vem da ETA (Estação de Tratamento de Água) Rio Grande através da gravidade para girar uma turbina que gera a energia para este turbogerador. Com capacidade de gerar 20 mil quilowatts/mês, o equipamento vai ajudar no funcionamento de três bombas, gerando autossuficiência na unidade Rudge Ramos.
“Com essa situação cada vez que faltar a luz no bairro por qualquer motivo, teremos a energia para conseguir fazer funcionar essas três bombas e assim manter o abastecimento de água, algo que não acontecia anteriormente”, explicou Roberval Tavares de Souza, superintendente da Unidade Sul da Sabesp. 48 mil pessoas serão beneficiadas.
“Infelizmente temos que dizer que o trabalho da Eletropaulo (atual Enel Distribuição São Paulo) é péssimo. Temos muitos problemas com falta de energia elétrica nesta região pelos mais diversos motivos. Quando teve a enchente da semana passada limpamos tudo, porém, em vários pontos não se tinha voltado a energia elétrica”, reclamou o prefeito Orlando Morando (PSDB).
Apesar da autossuficiência, o sistema de bombeamento de água continuará contando com a energia produzida pela Enel, porém, em com prioridade para receber o que é produzido pelo turbogerador. A economia gerada por ano na conta de energia da Sabesp será de R$ 142 mil, fato que pagará o equipamento em dois anos.
Outros 16 novas mini-hidrelétricas serão instaladas nos próximos anos na região, a próxima em São Bernardo, no ano que vem. Não foi divulgado os novos locais, mas prioritariamente as instalações ocorreram nas cidades com maiores estruturas de tubulação de água.
Novos investimentos

A Sabesp vislumbra na geração de energia elétrica um novo modelo de negócio com a venda da sobra da energia gerada pelos turbogeradores. Ainda não há uma data para este investimento que ocorrerá após a entrega das novas mini-hidrelétricas que serão instaladas em todo o Estado.
Demais pautas
Questionado sobre o objetivo de universalização da coleta e tratamento de esgoto na região. Roberval Tavares afirmou que a meta é chegar aos 100% em 2025. A data sofreu um adiamento devido aos investimentos que foram realizados durante a crise hídrica que fez com que valores fossem deslocados do esgoto para a levar água para a Capital.
Sobre as dividas da Sama (Mauá) e Semasa (Santo André), o superintendente afirmou que as negociações “desaceleraram” nos últimos meses e que serão retomadas no próximo ano com o início da gestão de João Doria (PSDB) no Governo do Estado.