
As prisões do prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), e do ex-secretário de Governo e de Transportes, João Gaspar (PCdoB), além das suspeitas em cima de toda a base governista aconteceu em uma semana tensa nos bastidores políticos da cidade, com reclamações dos vereadores que geraram um racha evidenciado na eleição da nova mesa diretora da Câmara.
Após o retorno de Atila ao comando do Poder Executivo, em 11 de setembro, houve uma série de “ruídos” internos em sua base. As primeiras informações eram sobre a falta de uma aproximação com todos os legisladores, principalmente após toda a base ter barrado os dois pedidos de processos de impeachment contra o socialista.
Poucos vereadores conseguiam uma maior aproximação do prefeito, entre eles o pai, Admir Jacomussi (PRP), Helenildo Alves, o Tchacabum (PRP), Gil Miranda (PRB) e Robson Roberto, o Betinho Dragões (PR), favorito de chefe do Executivo para assumir o comando da Câmara, mas que teve o seu nome rechaçado pela maioria dos governistas que preferiram votar em Vanderley Cavalante, o Neycar (SD).
Inclusive, a própria divisão dos votos mostrou a divisão na base aliada. Dos 14 votos que obteve, Neycar teve o apoio de 13 governistas (o 14º voto foi de Marcelo Oliveira, PT). Nove vereadores votaram em branco: Jacomussi; Tchacabum; Miranda; Betinho; Dr. Cincinato (PDT); Professor Betinho (DC); Ricardinho da Enfermagem (PTB); Severino do MSTU (Pros); e Samuel Enfermeiro (PSB).
A eleição foi acompanhada por vários políticos da cidade, inclusive membros do governo interino de Alaíde Damo (MDB), como o ex-secretário de Governo, Antônio Carlos de Lima. A prisão de Atila não significa que a emedebista retornará ao comando da Prefeitura. Segundo a Lei Orgânica do Município (LOM), recém alterada, o socialista pode ficar fora do cargo sem justificativa por até 30 dias, após esse período pode pedir autorização para uma licença pelo mesmo tempo.
Porém, se a segunda prisão de Atila Jacomussi ultrapassar os 30 dias, ainda estará dentro do recesso da Câmara e com Neycar na presidência, o que corrobora com outra informação dos bastidores, da possibilidade de uma ação de cassação de mandato contra o socialista ou contra a chapa Jacomussi/Damo.