
*Por Jozimeire Stocco*
Chegou dezembro e com ele muita correria para conseguirmos dar conta do que planejamos para 2018 e que gostaríamos que acontecesse. Ainda dá tempo, dizem alguns. Outros, porém, percebem que não será possível concluir as metas traçadas dependendo do que foi idealizado. Na educação, quando os alunos recebem os resultados das notas, se aprovados, é como se fôssemos junto com eles. Afinal, entre o despertar pela manhã, até o fim do dia, contribuímos para que pudessem obter êxito. Entre tarefas de casa, leituras de livros, trabalhos em grupo, apresentações de pesquisa e avaliações, a maioria dos leitores procurou contribuir de alguma maneira para o sucesso das crianças e adolescentes. Com a aprovação, temos uma sensação de alívio e de conquista, mas se isso não aconteceu, o que fazer nesse momento? Vamos ponderar sobre quais foram as questões que implicaram no resultado insatisfatório e pormenorizar, a fim de que novas ações sejam planejadas para que no próximo ano aconteçam avanços.
Todavia, é oportuno lembrar que é muito importante que tenham êxito numa escola maior do que essa que não forma por meio de propostas e conteúdos planejados por uma equipe de professores com competência para a vida. Nessa, a matrícula foi feita no dia em que nasceram e cada oportunidade contém aprendizagens, não tem recuperação e nem férias. A aprovação depende de inúmeros fatores.
Nossos filhos pertencem a essa geração do século 21, que convive com questões voltadas à falta de ética e à indiferença em relação ao próximo, que ora se apresenta bem perto da nossa casa e em outra, pelo país, pelo mundo. Dessa maneira, eu quero citar um documento muito importante que serve como balizador para uma jornada que abarque o que foi preconizado para a consolidação de um mundo melhor, onde crianças e adolescentes merecem viver: a Declaração dos Direitos Humanos, que em 2018 completou 70 anos e nasceu após as barbáries da Segunda Guerra Mundial.
Essa Declaração estabelece as obrigações dos governos de agirem de determinadas maneiras ou de se absterem de certos atos, a fim de promover e proteger os direitos humanos e as liberdades de grupos ou indivíduos. Aprender dentro do universo familiar o que foi estabelecido nela contribuirá para a formação para a cidadania e a busca pela garantia e alcance deles.
Segundo esse documento, em seu artigo 26, a educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos (…).
Assim, os filhos necessitam receber orientações que apresentem esses pressupostos como motivação. Desse modo, por meio das atitudes dos adultos, eles verificarão que:
– Dialogar é essencial.
– Elogios serão feitos quando merecerem.
– As críticas virão quando o que fizerem não for o melhor.
– Atitudes gentis geram gentileza.
– Ser tolerante é essencial.
– Regras são importantes.
– Cada ato tem consequência.
– Cada indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade.
Por outro lado, as famílias podem:
– Presentear afetos com gestos de solidariedade e respeito tanto em casa como também fora do lar. Somos modelos.
– Aproveitar momentos de lazer e mostrar para eles que cada contexto tem o seu momento para acontecer, pois toda a pessoa tem direito ao repouso e ao lazer.
– Sempre que houver necessidade de mudar o que foi estabelecido, explicar os motivos.
– Ensinar o respeito à dignidade humana e o espírito à fraternidade.
A família é o núcleo mais importante da sociedade e nela os valores essenciais da Declaração Universal dos Direitos Humanos, como cooperação, respeito, equidade e inclusão, podem ser trabalhados e fazer a diferença na formação dos filhos, principalmente para a convivência social, onde há necessidade de obter notas que não se expressam em números, mas em atitudes.
*Jozimeire Stocco é diretora do Colégio Stocco, em Santo André*