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O Ministério Público recebeu denúncia que versa sobre um suposto esquema de pagamento de propina a vereadores e representantes do Poder Executivo, em Santo André. A promotoria de Justiça tem em mãos planilhas que se referem a sete meses do ano de 2016, último ano da gestão Carlos Grana (PT). De acordo com a denúncia, somente nestas planilhas, foram R$ 8,5 milhões pagos como propina por empresas que tinham contratos com a administração. Esse dinheiro teria sido dividido entre vereadores e servidores. Grana se diz tranquilo e nega qualquer irregularidade na sua gestão.
A denúncia é amparada em oito planilhas mensais, de janeiro a agosto de 2016, que indicariam repasses de valores a políticos e os nomes de 27 empresas que mantinham contratos com a prefeitura. As informações foram reveladas pela rádio CBN. Segundo a rádio, o operador do esquema seria o então secretário de governo Arlindo José de Lima, que afirmou que desconhecer a denúncia. “Essa lista nunca foi minha, meu advogado foi no Fórum e não tem nenhuma investigação. Vamos ver quem fez (a lista), eu vi na reportagem e tem muitos nome que não sei nem quem é. Vou tomar as medidas jurídicas para entender melhor o que está acontecendo”, disse Lima ao RD.
Ouça o posicionamento de Arlindo Lima:

Em nota a assessoria de imprensa do Ministério Público negou que o procedimento de investigação tenha sido iniciado. “Considerando a matéria veiculada na Rádio CBN nesta terça-feira (15/1), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – (Gaeco ABC), ainda não possui investigação instaurada sobre os fatos, no entanto tomaremos as medidas cabíveis quanto à análise de tais questões”, informou.
O ex-prefeito Carlos Grana se disse absolutamente tranquilo sobre a denúncia. “No meu governo não houve nenhum esquema com empresas ou com a Câmara, não há nenhum fundamento (da denúncia). Alguém está tentando criar um factóide. Sei que o que fizemos no governo e tivemos uma relação boa e republicana com a Câmara”, declarou o petista em entrevista ao RD. Grana ainda confirmou nota do MP dizendo que não há investigação em curso contra si. “Tem uma denúncia, mas investigação não. E acho que se tem a denúncia tem que investigar e eu estou a disposição, porque tenho certeza da nossa conduta”, finalizou.
Carlos Grana foi prefeito de Santo André até 2016 quando foi derrotado por Paulo Serra (PSDB). A Rádio CBN destaca que a lista contempla servidores da administração municipal e 18 dos 21 vereadores da legislatura anterior – nove deles permanecem na Câmara de Santo André.
Defesas
Por meio de sua Unidade de Comunicação e Eventos, a administração Paulo Serra (PSDB) declarou: “Em nosso acompanhamento através da imprensa, dos noticiários e também das inúmeras investigações envolvendo o mensalão no governo do PT, ressaltamos nossa veemente defesa a favor das investigações, pois é notório ser esta uma infeliz prática em gestões petistas. Além disso, o ex-prefeito e demais responsáveis legais pela gestão anterior deverão prestar esclarecimentos se for comprovada a fraude. Sempre defenderemos a punição dos culpados com o rigor da lei. A atual gestão preza pela total transparência nas investigações e está à inteira disposição do Ministério Público para colaborar em todos os aspectos. Só assim podemos livrar nossa cidade destes lamentáveis episódios passados conforme abordado pela reportagem.”
Em nota, a Câmara de Santo André afirmou que “a matéria da CBN fala de 18 vereadores da legislatura passada, sendo que 9 foram reeleitos e estão na Câmara municipal. Porém, não recebemos nenhuma lista ou informação de quem são os vereadores. O que temos é o conhecimento da matéria da CBN.”
Reveja o programa do RDtv desta terça-feira (15/01)