O vereador de Mauá Admir Jacomussi (PRP) protocolou na Câmara, nesta quinta-feira (17), o pedido de cancelamento do processo de impeachment de autoria de Davidson Rodrigues, presidente do PSL, contra o prefeito afastado, Atila Jacomussi (PSB). O parlamentar alega que a ação contem problemas jurídicos, algo negado pelo dirigente partidário que considera que tal situação seja uma manobra do experiente legislador.
Na denúncia apresentada ao presidente do Legislativo mauaense, Vanderley Cavalcante, o Neycar (SD), Admir afirma que Davidson não exerce o cargo de presidente do PSL, mas sim de “secretário geral – inativo”, e que o partido “não está funcionando”, pois está suspenso por falta de prestação de contas. Inclusive, um documento indicando a situação da legenda foi anexado no pedido de cancelamento.
Em entrevista ao RDtv, Rodrigues negou todas as supostas irregularidades indicadas por Jacomussi. “Nosso partido está passando por uma reformulação. Existia um presidente que acabou saindo para cuidar de um determinado candidato, então hoje eu sou o presidente e não existe qualquer problema com o PSL em Mauá”, explicou.
Outro problema indicado pelo ex-presidente da Câmara é que no pedido feito pelo presidente do PSL conta o endereço comercial da legenda, o que implicaria em um possível cancelamento. “Não há nada de errado com o pedido. Estão se apegando em situações que não são importantes. Já conversei com o departamento jurídico, se for preciso apresentamos uma emenda para fazer as mudanças necessárias, mas o pedido foi aprovado”, afirmou.
O Partido Social Liberal é autor do segundo pedido de impeachment contra Atila Jacomussi que foi aprovado pelo Legislativo. A justificativa para cassar o mandato do socialista seria a vacância do cargo, pois consideram que o prefeito ficou mais de 15 dias fora da Prefeitura sem qualquer justificativa, algo que é proibido conforme a Lei Orgânica do Município (LOM).
O primeiro pedido acatado pela Câmara é de autoria de representantes do PT, do Sindicato dos Químicos do ABC, líderes comunitárias e funcionários demitidos da Fundação do ABC. A ação tem como base o que foi apresentado na investigação da Policia Federal, deflagrada na operação Trato Feito, em 13 de dezembro.
“Não há muitas diferenças entre este pedido de impeachment e o primeiro que fizemos no ano passado. O primeiro foi em cima de problemas com contratos de merenda e de uniformes. Este segundo pedido é em cima do ‘mensalinho’ que era pago para os vereadores. O prefeito foi preso duas vezes, não há motivos de mantê-lo lá. Seria muito bom se ele renunciasse ao cargo, admitindo o seu erro e deixando a cidade seguir”, disse Paulo Eugênio (PT), um dos autores do pedido.
Ambos também consideram que apesar do “constrangimento” em torno da participação dos 21 vereadores indiciados na investigação a Polícia Federal, as ações de cassação devem seguir normalmente e que depois deve ser colocada a questão dos legisladores, caso haja provas diretas contra todos.