
As fortes chuvas nos últimos dias obrigaram a suspensão das aulas do Sesi, no Jardim Panorama, em Ribeirão Pires, até a próxima terça-feira (19), por conta do deslizamento de terra na parte externa da unidade escolar, proveniente do Mirante São José, um dos pontos turísticos da cidade. O problema já aconteceu em 2011, quando a Defesa Civil de Ribeirão Pires interditou parcialmente a escola, também por risco de deslizamentos de terra do morro.
Em nota, a Prefeitura de Ribeirão Pires informou que não houve interdição do Sesi, e que o morro está estabilizado até o momento. No entanto, a decisão da não interdição preocupa os pais, com a continuidade das chuvas fortes.
Lucineide Miguel de Carvalho, mãe de Cleber Eduardo, matriculado no 9º ano, foi informada sobre a suspensão das aulas pelo Facebook oficial do Sesi, na segunda-feira (11). Em reunião com a direção da escola, na terça-feira (12), a mãe questionou os motivos de deslizamento, mas diz que não foram mostrados laudos técnicos. “Apenas disseram que o prédio está apto para uso. Questionei a falta de clareza nas informações, pois nenhuma escola suspende as aulas por previsão de chuva”, diz.
Durante reunião, Lucineide conta que a coordenação do Sesi também informou sobre possível mudança para um prédio provisório até que os problemas com deslizamento sejam resolvidos. “Ficou acordado que as aulas estariam suspensas até semana que vem e que até terça-feira (19) nos informariam via e-mail qual medida será adotada”, acrescenta.
Em nota, o Sesi informa que a suspensão de aulas vai de acordo com a medida preventiva de minimizar eventuais riscos aos alunos e educadores e que as aulas perdidas serão repostas oportunamente para que não haja prejuízo aos alunos.
Caso as aulas continuem na unidade do Jardim Panorama, Maria Luíza Carvalho, mãe de Heloísa e Thaís, ambas matriculadas no Sesi, diz que se recusará a levar as filhas para a escola. Em apoio à recusa, outras 250 mães estão unidas, via rede social, para cobrar posicionamento da unidade de ensino. “O prédio está detonado, não vamos voltar”, avisa Maria Luíza.
Estrutura
Outro ponto questionado pelas mães, na rede social, são as condições estruturais da escola. De acordo com Tatiane Regina de Oliveira Freitas, mãe de três estudantes matriculados na escola, além do prédio ser antigo, diferente do modelo atual da rede Sesi, o morro São José, situado atrás da escola, é perigoso para os estudantes.
“O muro próximo da escola cedeu. Nós (pais, mães e responsáveis) não nos sentimos seguros naquele local e não podemos esperar que algo aconteça para nos mexer”, diz. Segundo a mãe, as salas são abafadas, pequenas, com poucos ventiladores em funcionamento e, em período de chuva, não há espaço externo para os alunos. “Precisamos de um novo local, seguro”, acrescenta.
Quem também questiona a estrutura do prédio é Maria Luíza. Segundo a mãe, nas janelas da escola, há grades, que impedem que os alunos, em caso de emergência, saiam da sala de aula. “Se o muro cai, não tem para onde correr. Isso não pode acontecer”, reclama.
Segundo informações, se houver intervenção, uma das possibilidades é que os alunos sejam remanejados para a FIRP – Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (Universidade Brasil), que já recebeu os estudantes em 2011.
Nova unidade
O projeto para construção de nova unidade do Sesi, em Ribeirão Pires, foi aprovado em setembro de 2018, sob projeto de lei nº 044/2018, de autoria do Executivo. A medida prevê revitalização da Fábrica de Sal e doação da área de 5 mil m² para construção de nova unidade do Sesi.
Com prazo de três anos para conclusão e investimento de R$ 26 milhões, o Sesi atenderá 760 alunos em amplo espaço, com aulas em tempo integral para alunos de 1º ao 5º ano, com estacionamento, áreas de lazer e quadra. O posto atual da escola deve ser desocupado e retornará ao município.