
A prefeitura de Diadema publicou no último dia 30/03 o edital de tomada de preços para a reforma da Praça Castelo Branco. No ano passado o anúncio da reforma causou polêmica com os conselhos do Patrimônio Histórico e de Meio Ambiente, por conta da remoção de árvores e do fim do pavimento em mosaico português que faz o piso da praça desde sua inauguração em 1965, pelo então prefeito Lauro Michels, tio-avô do atual prefeito Lauro Michels Sobrinho (PV). Agora com o aval das entidades a prefeitura quer dar início e terminar a obra ainda este ano.
A abertura dos envelopes está prevista para o dia 16/04. O orçamento inicial da prefeitura para a obra é de R$ 2.496.428,31, porém o valor exato só será conhecido após a abertura das propostas. Depois da discussão com comerciantes e com os conselheiros do Meio Ambiente e do Patrimônio, a prefeitura ajustou o projeto que conta com o aval necessário. Apesar disso a intenção é preservar o máximo de árvores possível. “Vamos preservar o máximo a vegetação, mas algumas árvores terão que sair por causa da fiação de alta tensão que passa entre elas, mas haverá o plantio de muitas outras”, explicou o secretário de Obras, José Marcelo Ferreira Marques.
Para Claudio Milz, representante do MDV (Movimento em Defesa da Vida) que participou das reuniões do Condema (Conselho de Defesa do Meio Ambiente), o projeto contempla o que os ambientalistas defendem, que é a preservação de tantas árvores quanto for possível, além de aumentar o verde. “Se seguirem o projeto que apresentaram no final do ano passado está tudo certo”, resumiu.
Segundo o secretário a intervenção mais importante será no piso e embaixo dele. Primeiro toda a praça vai receber um revestimento mais uniforme e sob o solo serão feitas obras importantes de drenagem, visto que o que existe é muito antigo. Vendedores ambulantes e barracas de artesanato e comidas que estão na praça, além de bancas de jornais serão realocadas. Uma mudança grande será a criação de um bolsão de estacionamento, que será feito fora da área hoje ocupada por vegetação, onde até os anos 80 existia uma avenida.
Segundo Marques a intenção é causar o mínimo de impacto possível aos pedestres, ao comércio e também ao trânsito. “As intervenções no viário serão muito pequenas, quanto ao comércio vamos fazer a obra em pequenas etapas para não impedir o acesso às lojas”. A intenção é que, depois o processo de tomada de preços, as obras tenham início em maio, após o Dia das Mães. O prazo previsto para a conclusão das intervenções é 8 meses, o que a levaria às portas do Natal. “Eu acredito que o comércio vai ter o mínimo de impacto”, analisa.
Os problemas da praça Castelo Branco são muitos e vão desde o piso desnivelado, até áreas de alagamento, mobiliário antigo e quebrado e calçadas danificadas por conta de raízes das árvores. “O mobiliário está muito degradado e a praça como um todo precisa de uma requalificação, a questão da drenagem é importante, mas também vamos cuidar do paisagismo, como na passagem entre a praça e a rua São José, onde vamos fazer um boulevard. A prefeitura tem que funcionar como um indutor do desenvolvimento, com isso esperamos melhorar o fluxo de pessoas, o movimento do comércio e a criação de novos espaços comerciais também”, disse Marques. Um dos imóveis da praça que a prefeitura quer ver recuperado é o do antigo prédio do Banespa, na esquina da praça com a avenida São José. Trata-se de um imóvel particular que está abandonado há pelo menos duas décadas. “Estamos em tratativa com o proprietário, que inclusive está com os tributos em dia”, finaliza o secretário de Obras.