
Os moradores da rua Warner, no Jardim Hollywood, em São Bernardo, estão preocupados com os estragos que a passagem dos ônibus da linha 53 causam no local. Há aproximadamente um ano, a linha em questão passou a operar no local e, desde então, começaram a surgir rachaduras nos imóveis vizinhos, na calçada e afundamento do asfalto. O problema acontece por conta da qualidade do solo do local, que é muito úmido, pouco resistente e cede com o peso excessivo dos ônibus.
Alessandro Stavale, morador do local há 50 anos, afirma que a principal preocupação da vizinhança é com a segurança, uma vez que as casas são cada vez mais afetadas. “Esses ônibus não podem passar por aqui. A situação vai ficar desse jeito até quando? Até cair a casa na cabeça de uma criança, de um pai ou mãe de família?”, questiona. Stavale afirma que já buscou a prefeitura algumas vezes para tentar resolver o problema, mas não adiantou. Segundo o morador, a vizinhança não deseja entrar com processo contra a prefeitura, uma vez que a principal preocupação não é com a indenização, mas sim com a resolução do problema. “Ninguém aqui quer tirar nada da prefeitura. A questão não é essa, mas sim que a rua não aguenta carro pesado”, reforça.
Quem também sofre com a situação é Wilson Roberto de Castro, morador da rua há 42 anos. Castro conta que o cômodo mais afetado na casa é a garagem, que está com as paredes trincadas. Segundo ele, as rachaduras foram consertadas três vezes, mas o problema volta a aparecer. “A gente arruma e, depois de um tempo, trinca de novo. É um transtorno”, afirma.
Durante as obras na tubulação do local, que aconteceram dois anos atrás com intuito de drenar a água do bairro, a casa de Raffaele Esposito também foi bastante afetada. O morador conta que investiu em reforma e arrumou a situação por conta própria, sem nenhum tipo de verba da prefeitura, mas se preocupa com novas rachaduras que passam a surgir no local. “Estou preocupadíssimo, tive um gasto imenso e, se os ônibus continuarem a passar por aqui, logo logo vou ter problema de novo”, diz.
Em nota, a Prefeitura de São Bernardo informou que não recebeu chamado referente aos relatos descritos no envio da demanda. Ressalta ainda que, por meio da Empresa de Transportes Coletivos (ETCSBC), fez estudo do solo para que a linha fosse transferida para o local, sem apontamento de problemas. A mudança ocorreu para que as pessoas que utilizem equipamento público localizado nos arredores pudesse chegar com mais facilidade ao tratamento.