
É comum que grandes cidades sejam pano de fundo para filmes, novelas e produções audiovisuais e as histórias de personagens são a parte mais importante. No longa Sete Cidades e Uma Vila Inglesa, no entanto, são as cidades do ABC que exercem o protagonismo. Além de cenário para as ações de atores e atrizes, a história das cidades é ponto central do enredo dos oito episódios que compõem o filme.
Com lançamento em dezembro, o longa-metragem tem feito gravações em toda a região. Em Santo André, um dos destaques é a vila de Paranapiacaba. A ideia dos diretores com o filme é contar um pouco mais da história local, além da economia, marcada pelas grandes fábricas que se instalaram na região.
Convidados pela produtora Cumamuê, os diretores Mário Dalcendio (Santo André), Diaulas Ullysses (São Bernardo e Diadema), Ruy Jobim Neto (São Caetano), Tony Ciambra (Mauá), Diomédio Piskator (Ribeirão Pires e Paranapiacaba) e Guilherme Motta (Rio Grande da Serra) percorrem a região com ficções inspiradas na história e em personagens locais com temas variados, que usam a metalinguagem para falar sobre o próprio fazer cinematográfico, e também sobre encontros e desencontros nas cidades.
Mineiro, porém morador da região desde 1974, Diaulas Ullysses conta que aceitou de primeira participar do projeto por ser um grande defensor do ABC. Afirma que a produção da obra é uma forma de divulgar um lado da região ainda pouco conhecido por alguns, e mostrar uma face mais atual das cidades. “O ABC é conhecido, mas muita gente associa a região às fábricas, aos operários, mas temos boa produção de cultura por aqui. O filme quer lançar uma luz sobre esse outro lado”, explica.

Na produção dos episódios que dirige – As Maiores Atrizes dos Estúdios Vera Cruz, gravado em São Bernardo, e A Morte do Ator de Cinema, de Diadema -, Diaulas conta que a presença de atores, atrizes e pessoas que têm ligação com as cidades e com a região foi fundamental para a construção das histórias. “Temos muita gente talentosa na região”, afirma. Na parte técnica, Diaulas conta também que os alunos do CAV (Centro de Audiovisual), de São Bernardo, participaram da produção. De acordo com Diaulas, a presença dos alunos foi um momento de muita emoção. “Muitos daqueles alunos participavam pela primeira vez de um set […], foi bastante emocionante”, afirma o diretor, que fez parte da primeira turma da Escola Livre de Cinema e Vídeo de Santo André.
A mistura entre presente e passado também marca o filme. No episódio das Maiores Atrizes dos Estúdios Vera Cruz, por exemplo, o diretor remonta a importância de uma das maiores escolas de cinema do Brasil, localizada em São Bernardo, que produziu filmes entre 1949 e 1954, para mostrar coisas que pertencem à cidade, mas às vezes passam despercebidas na correria do dia-a-dia. “Esse olhar está um pouco perdido […] queremos falar sobre vidas, moradores, exaltar as sete cidades”, completa.
Sete Cidades e Uma Vila Inglesa
Direção: Diomédio Piskator, Diaulas Ullysses, Guilherme Motta, Ruy Jobim Neto, Mário Dalcendio. Tony Ciambra
Produção: Cumamuê Cinema
Co-realização: Difilme Digital
Produtor Executivo: Diomédio Piskator
Coprodutor executivo: Diaulas Ullysses.
Diretora de Produção: Alcilene Evangelista.