
Os setores mais importantes da economia devem parar nesta sexta-feira (14) quando acontece a greve geral organizada pelas centrais sindicais. Os sindicatos dos servidores municipais esperam grande adesão e alguns atendimentos devem ser suspensos pelas prefeituras, como na área da educação, por exemplo. Os transportes públicos devem parar, metroviários, ferroviários e rodoviários também anunciaram adesão à greve. Os bancários do ABC também anunciaram adesão ao movimento que é contra à Reforma da Previdência e políticas adotadas pelo governo Jair Bolsonaro.
De acordo com o diretor de Política Sindical do Sintetra (Sindicato dos Rodoviários do ABC), Paulo Rogério, a orientação é que o trabalhador não vá para a porta das garagens. “Temos a preocupação com a integridade física do trabalhador. A orientação das centrais sindicais, das federações e confederações é de greve geral, para parar tudo. Tem alguns setores como os ferroviários e os metroviários que receberam determinação de garantir funcionamento, nós não recebemos nada. Estaremos nas garagens com carros de som para orientar os trabalhadores”, explicou.
Os metroviários já anunciaram que vão aderir à greve e realizam nesta quinta-feira (13/06) fazem assembleia de organização. Da mesma forma os ferroviários dizem que vão parar a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) contra a reforma da previdência. Em nota a Secretaria dos Transportes Metropolitanos informou que vai adotar medidas judiciais para garantir o funcionamento do transporte sobre trilhos. “A Secretaria dos Transportes Metropolitanos, por meio de suas empresas, toma todas as medidas judiciais necessárias para garantir o transporte dos passageiros. Esta pasta considera o objetivo da paralisação ideológico e conta com o bom senso das categorias para que não prejudiquem mais de 8 milhões de trabalhadores que dependem diariamente do Metrô e da CPTM. O Metrô conseguiu liminar para manter 100% do quadro de servidores nos horários de pico e 80% no restante. A CPTM conseguiu liminar para manter 100% do quadro durante todo o horário de operação”.
A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) ainda não se posicionou sobre garantia via judicial para o funcionamento transporte intermunicipal na região do ABC.
Presidente do Sindema (Sindicato dos Servidores Municipais de Diadema), José Aparecido da Silva, o Neno, disse que a adesão será grande na cidade entre os servidores municipais. “Na paralisação da educação no dia 15 de maio tivemos 95% de adesão entre os funcionários das escolas. Esse será o nosso foco, na saúde e na Guarda, por exemplo, é mais complicado ter uma adesão muito grande, mas vamos ter um movimento forte aqui, pois estamos passando com carro de som e distribuindo material desde segunda-feira (10)”, explicou. A prefeitura de Diadema informou que não sabe ainda como o movimento irá afetar os serviços municipais e que apenas terá um parecer após o dia de greve. Neno disse que a reposição do dia 15 de maio já foi negociada com a prefeitura e que pretende fazer o mesmo com o 14 de junho.
O Sinpro (Sindicato dos Professores do ABC) que representa os docentes das instituições privadas também decidiu pela paralisação. O presidente da entidade, professor Jorge Maggio, informou que a entidade tomou posicionamento após assembleia.
O único sindicato que anunciou não aderir a greve é o Sindserv de São Caetano. O RD tentou contato com o presidente da entidade, Miguel Parente Dias, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem. A prefeitura da cidade não prevê grandes dificuldades. “Segundo o departamento de Recursos Humanos, o sindicato dos servidores de São Caetano não aderiu à paralisação. Caso haja falta de pessoal (por conta de problemas no transporte, por exemplo), cada secretaria ou setor da prefeitura fará o remanejamento de funcionários para que o atendimento não seja prejudicado. Eventuais descontos (ou compensações) ficam a critério de cada chefia”.
O sindicato dos servidores de Mauá, anunciou adesão, mas a prefeitura garante que os serviços essenciais vão funcionar, mas não informou ser haverá corte do ponto e se há negociação para reposição do dia. “Não é possível paralisar serviços essenciais, portanto, os trabalhos funcionarão normalmente”, resumiu a prefeitura em nota. Da mesma forma a prefeitura de Ribeirão Pires informou que os serviços essenciais serão mantidos. “Eventuais ausências de funcionários serão avaliadas, caso a caso”.
A prefeitura de Santo André se manifestou institucionalmente contrária à greve geral. Em nota a administração diz que não perdoará faltas. “A Prefeitura de Santo André não apoia a greve e não haverá dispensas. Trata-se de um movimento nacional, sendo que essa demanda não está vinculada à administração municipal. Asseguramos que todos os departamentos da Prefeitura funcionarão normalmente. A compensação das horas não trabalhadas não constitui em medida obrigatória para a administração e sim facultativa. Não há possibilidade de abono ou reposição das horas aos servidores que eventualmente venham aderir à paralisação, já que não haverá prestação de serviços. Destacamos que, nos termos dos artigos 10 e 11 da Lei Federal nº 7.783, de 28 de junho de 1989, os serviços essenciais de atendimento não podem ser interrompidos”.
Bancos
Os bancos, ou a maioria deles não deve abrir na sexta-feira. O presidente dos Sindicato dos Bancários do ABC, Belmiro Moreira, estima que a paralisação atinja a maioria da categoria que corresponde na região a aproximadamente 7 mil trabalhadores. “Estamos orientando o pessoal a ficar em casa, não sair para o trabalho. A adesão deve ficar entre 70% e 80% da categoria o que, na prática, inviabiliza o funcionamento das agências”, disse o sindicalista.