
As palavras do vice-governador Rodrigo Garcia (DEM) sobre a necessidade de uma viabilidade financeira para manter o projeto de monotrilho para a linha 18-Bronze repercutem na região. Em reunião na sede do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, em Santo André, nesta quarta-feira (19), os vereadores debateram sobre a alternativa a proposta, o BRT (Bus Rapid Transit). Os integrantes da Frente Parlamentar ainda querem conversar com o Governo do Estado sobre a possibilidade de uma nova propositura.
“Não sei se pensado ou não, mas ficamos muito preocupados com o posicionamento do vice-governador. Gostaríamos de saber se a fala foi feita em cima de estudos ou se é algo que partiu apenas da cabeça dele”, disse o líder da Frente Parlamentar, o vereador de Santo André Fabio Lopes (Cidadania).
Em visita à Santo André na última terça-feira (18), Garcia afirmou que o formato do atual contrato assinado com o Consórcio Vem ABC, com estimativa de R$ 5,7 bilhões de investimentos, “é impossível” para iniciar uma obra. Levando em conta o atual cenário de financiamento para a intervenção, o valor atual só cobre 7% dos custos.
Apesar de não firmar qualquer posição sobre a mudança do monotrilho para BRT, a fala de Rodrigo Garcia foi encarada como uma “antecipação” do posicionamento do Governo do Estado, algo que só será dado oficialmente no final do mês.
A Frente Parlamentar formada por vereadores de Santo André, Mauá, São Caetano e Ribeirão Pires pretende procurar nos próximos dias o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, para saber sobre a existência de um projeto efetivo para um BRT. Ainda não há uma data para o encontro.
Especialista
Os vereadores ouviram nesta quarta-feira (19), uma apresentação do arquiteto, urbanista e consultor em mobilidade urbana, Flamínio Fishman, sobre as características do modal BRT. Sem uma defesa do projeto (pois, não existe), o especialista falou sobre o modal e tirou dúvida dos vereadores presentes.
“Se a região do ABC optar por esse modal pelo menos faça como o modelo mais moderno no mundo. Hoje temos condições de ter um sistema totalmente elétrico com estações fechadas, com ultrapassagem em todos os pontos, enfim, com características de BRT e não de corredor. Sobre os corredores, nós já conhecemos vários exemplos e apesar de muitos que estão bem implantados, que tiveram uma fase histórica e bem avalia, hoje temos que ter um outro patamar”, explicou.
“Nós imaginávamos que o BRT tinha uma capacidade de transporte menor e hoje nos foi apresentado aqui que o BRT possui sim a capacidade de operar com volumes maiores desde que seja um BRT moderno, não esses BRTs que nós temos por aí hoje, de modelos ultrapassados. Já existem novas tecnologias e é por isso que precisamos, e é o que eu acredito, vamos conversar com os membros da Frente sobre a possibilidade de ter uma agenda com o secretário estadual de Transportes (Metropolitanos) para que ele possa nos apresentar esse projeto e os estudos para que nós possamos entender aquilo que o governador do estado de São Paulo está pensando”, completou Fabio Lopes.