Em assembleia realizada em frente a sede da Prefeitura de Mauá, na manhã desta sexta-feira (9), os funcionários do Cosam (Complexo de Saúde de Mauá) aprovaram por unanimidade o aviso de greve após a informação do fim da parceria do município com a Fundação do ABC (FUABC). Segundo o presidente do SindSaúde ABC (Sindicato dos Funcionários da Saúde), Almir Rogério, o Mizito, na próxima semana será debatida a possibilidade de paralisação do serviço.

A decisão acontece três dias após a Prefeitura de Mauá informar que que avisaria para a Organização Social de Saúde (OSS) que faria a mudança sobre a entidade responsável pelos serviços na cidade. Apesar das garantias dadas pelo secretário de Saúde, David Ramalho, de que os 1.702 funcionários serão realocados para a AMG (Associação Metropolitana de Gestão), OSS que o Executivo tenta contratar para um contrato emergencial de até 180 dias, as dúvidas sobre os pagamentos das rescisões ainda causam tensão entre os servidores.
“Reforçamos o pedido para que os funcionários não assinem qualquer tipo de documento de rescisão ou contratação. Vamos esperar que aconteça uma decisão ainda hoje (sexta, 9) em relação a ação do Ministério Público para impedir que essa situação continue”, disse Mizito logo após a assembleia.
O MP, a partir de ação impetrada pelo procurador José Luiz Saikali na última quinta-feira (8), pede uma liminar que possa impedir a troca de OSS sem que a Prefeitura apresente um plano de desmobilização. O processo corre com tramitação prioritária na 3ª Vara Cível de Mauá.
“Espero que essa decisão saia para impedir essa situação do fim da parceria. Não concordo com essa situação, deixar a Fundação do ABC e não contratar em definitivo uma OSS. Vou trabalhar dentro da Câmara, junto aos demais vereadores, para tentar dar força aos trabalhadores que já foram prejudicados com essa história”, falou o vereador Marcelo Oliveira (PT) que acompanhou a assembleia.
Segundo Saikali, atualmente existem 600 processos trabalhistas na Justiça contra a Fundação do ABC. Somadas as ações pedem R$ 38 milhões em indenizações por rescisão de contrato. A FUABC alega que não fez o pagamento devido a falta de repasse por parte da Prefeitura, valor estimado de R$ 160 milhões, algo em que o Poder Executivo de Mauá não concorde e que inclusive pede para que se faça uma auditoria sobre o fato.