
Mesmo sem o projeto concluído pelo governo do Estado, o secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, anunciou nesta quinta-feira (12), aos prefeitos da região que haverá alteração no trajeto do BRT do ABC, como é chamado agora. O BRT (Bus Rapid Transit) vai ligar o ABC (Santo André, São Bernardo e São Caetano) até a estação Sacomã. O desenho do traçado será apresentado até o fim do ano e o início da obra ficou para o primeiro semestre de 2020.
Com a alteração, haverá um aumento do número de estações, pois no projeto original a ligação era com a estação Tamanduateí. Segundo apuração do RD, serão 23 estações. Outra mudança é que além da linha 2-Verde, haverá interligação com o Expresso Tiradentes, utilizado para acessar o extremo leste da Capital. Além disso, houve aumento na estimativa de preço para a intervenção. Pulou de R$ 680 milhões para R$ 860 milhões. O projeto será apresentado oficialmente até dezembro.
“Dizem que o ABC desistiu de ter um metrô, é uma mentira. Na verdade, nós estamos ganhando mais modais. A linha 10-Turquesa já está sendo modernizada com os novos trens e agora caminha para virar um metrô de superfície. Entendemos a falta de esperança das pessoas, pois é um assunto que já se alonga há anos, mas está se encaminhando”, disse o prefeito de Santo André e presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Paulo Serra (PSDB).
A entidade regional formará um comitê que vai acompanhar os próximos passos do processo que também engloba as reformas das estações da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) na região e outros pedidos relacionados aos corredores de ônibus e terminais metropolitanos. Tal grupo será formado pelos secretários e secretários-adjuntos de transporte dos sete municípios e, posteriormente, contará com os prefeitos e os deputados estaduais e federais com base no ABC.
Contrato
Questionado sobre a rescisão do contrato com o Consórcio Via ABC, então responsável pela construção do monotrilho, modal que seria utilizado na linha 18-Bronze (projeto extinto), Baldy destacou que tenta um acordo amigável, mas que a responsabilidade pelas negociações é do setor jurídico do governo do Estado.
“Essa questão contratual não está na alçada da Secretaria de Transportes. É uma questão que vai ver os pontos do contrato e a lei de PPPs (parcerias público-privadas). Toda essa situação será vista pela Procuradoria Geral do Estado. Espero que consiga uma resposta de maneira amigável com o Consórcio e estamos seguindo com os demais planos”, explicou o secretário.
Antes mesmo do anúncio da mudança do modal de monotrilho para BRT, o Consórcio afirmava que já tinha gasto cerca de R$ 5 milhões com o projeto original e que caso houvesse o rompimento o valor cobrado pela rescisão seria de R$ 50 milhões. Apesar da judicialização do assunto, o Estado manteve a alteração no projeto de mobilidade urbana.