
O Partido Republicanos (antigo PRB), de Diadema, oficializou na noite desta sexta-feira (20/09) a expulsão dos vereadores Ricardo Yoshio e o Cícero Antonio da Silva, o Cicinho, por infidelidade partidária.
Mesmo a legislação eleitoral barrando a possibilidade do partido requerer a cadeira neste caso de expulsão, o presidente municipal da legenda, Saulo da Costa e Silva, disse que vai requerer as duas posições na Câmara.
Entendimento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é o de que o partido, mesmo expulsando membros por infidelidade partidária, não tem direito a requerer as posições no parlamento. Em resposta a questionamento feito pelos então deputados federais Jean Willys e Chico Alencar (ambos do PSOL), o ministro Gilmar Mendes reafirmou, em 2015, jurisprudência sobre o tema. “A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que seria incabível a propositura de ação de perda de cargo eletivo por desfiliação partidária se o partido expulsa o mandatário da legenda, pois a questão alusiva a infidelidade partidária envolve o desligamento voluntário da agremiação”, disse em seu despacho.
Os dois parlamentares teriam apoiado na eleição do ano passado candidatos diferentes daqueles orientados pelo partido. Yoshio apoiou Carla Morando (PSDB), eleita deputada estadual, e Cicinho apoiou Alex Manente (Cidadania) reeleito para a Câmara Federal, e Thiago Auricchio (PR) eleito para a Assembleia Legislativa. Esse foi o motivo alegado pelo diretório municipal para a expulsão.
A legenda dividia o segundo lugar em número de vereadores com o PT, PPS e PSB, cada um com três parlamentares; o primeiro lugar é do PV que tem 6. Com as expulsões se salva apenas o vereador Pastor João Gomes, que é ligado à Igreja Universal. Para evitar o desgaste de perder dois representantes é que o diretório quer que os suplentes assumam. “Estamos seguindo a orientação das executivas nacional e estadual. A orientação foi encaminhar a decisão para o cartório eleitoral e para a Câmara”, disse Silva.
Se a empreitada do Republicanos vingar serão alçados ao Legislativo de Diadema a ex-vereadora Marion Magali de Oliveira e o ex-servidor da Câmara Jorge Lima, o Jorginho. Marion foi vereadora por cinco mandatos, e também vice-prefeita, ela voltaria sete anos depois de ter deixado a Casa de Leis em 2012. “Não conversei com o partido ainda quero me situar primeiro. Por enquanto o que avalio é que a perda de dois vereadores seria muito para o partido e estou preparada para voltar caso o partido assim deseje”, resumiu, a republicana. Já Jorginho disse que ainda não foi avisado pela executiva da intenção do partido e que primeiro vai buscar informação para então se posicionar.
O vereador Ricardo Yoshio, disse estar seguro quanto ao seu mandato. “Conversei com advogados especializados que me garantiram que posso ficar tranquilo”. Ele também disse que a saída do partido já era algo que ele desejava e a expulsão foi dentro de um consenso com o presidente municipal. “Por uma questão ideológica eu já estava esperando a janela partidária para sair, e eu entendo a posição do presidente municipal que é pressionado a dar uma resposta para a estadual e a nacional. Não tem mágoa nenhuma”.
Yoshio que é pré-candidato a prefeito, também disse não ter pressa de escolher uma legenda para se filiar. “Tenho até abril para fazer isso. Como eu sou pré-candidato eu pretendo estudar bem a questão e vou tender mais para os partidos de Centro-Esquerda. As últimas eleições em Diadema mostraram que, mesmo com as mudanças políticas, os partidos mais à esquerda se dão melhor por aqui. Exemplo foi que o Márcio França venceu em Diadema. Já recebi o convite de algumas legendas, mas não tenho pressa”, resumiu.
O vereador Cicinho não foi encontrado para comentar o assunto. Além dos dois parlamentares, também foi expulso o ex-vereador Wagner Feitosa, o Vaguinho do Conselho, que disputou a prefeitura em 2016 e foi derrotado no segundo turno pelo prefeito Lauro Michels (PV).