
No Janeiro Roxo, mês de conscientização contra a Hanseníase, quatro das sete cidades da região revelaram alta de 137% no número de casos, de 16 casos em 2018 para 38 em 2019, sendo a maioria em São Bernardo, com 18 pacientes infectados em 2019. Para diminuir o número de casos, ações de combate e conscientização para sintomas e tratamento da doença são oferecidos nas cidades.
Causada por uma bactéria que afeta os nervos e leva a pessoa à perda ou diminuição da sensibilidade ao toque, à dor, ao frio e calor, além de formigamento e dormências, a Hanseníase é transmitida por meio de vias respiratórias, como tosse e espirro. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo e pode variar de dois a dez anos. A doença, que tem cura, pode provocar o surgimento de manchas avermelhadas ou esbranquiçadas na pele e causar deformidades físicas.
De acordo com o secretário de Saúde de São Bernardo, Geraldo Reple Sobrinho, a Hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria, curável e pouco contagiosa, mas que exige atenção no tratamento. “Embora seja uma doença basicamente cutânea, pode afetar os nervos periféricos, os olhos e outros órgãos. O período de incubação pode durar de seis meses a seis anos. Por isso, quanto antes diagnosticar e começar a tratar, melhor para o paciente”, alerta Geraldo.
Casos
Responsável por cerca de 53% dos casos no ABC, São Bernardo registrou 18 ocorrências da doença em 2019 contra 11 casos em 2018, alta de 63%. Atualmente, 97 pacientes estão em acompanhamento no Programa de conscientização do Janeiro Roxo. A cidade disponibiliza grupos de conversa diariamente na sala de espera da Policlínica Centro, para alertar sobre a doença e divulgar o programa permanente de combate à enfermidade, que disponibiliza orientação, avaliação, diagnóstico, acompanhamento clínico e tratamento medicamentoso aos pacientes.
Para auxiliar no diagnóstico precoce, Santo André, que obteve 13 ocorrências da doença desde 2018, sendo 12 casos no ano passado contra um no ano antecessor, promove a capacitação dos profissionais da rede neste mês para lidar com a prevenção, diagnóstico e conscientização da doença, enquanto funcionários do Centro de Detenção Provisória de Santo André trabalham na distribuição de materiais informativos para a população.
Em Diadema foram registrados quatro casos da doença em 2018 e quatro em 2019. Em 2020, até o momento, nenhum caso foi notificado. A cidade deu início a Campanha de Combate para identificar possíveis casos e orientar sobre a prevenção e a ida ao médico, quando necessário. Com o tema ‘Hanseníase tem cura: Se toque! Mancha na pele e perda de sensibilidade podem ser hanseníase’, a ação segue até dia 31. Na quinta (30), das 9h às 13h, no Terminal Metropolitano de Diadema, agentes orientarão sobre sintomas da doença. Agentes de controle de zoonoses também participarão da atividade para apresentarem medidas de prevenção e identificação de animais peçonhentos.
Ribeirão Pires também diagnosticou quatro casos da doença em 2019, enquanto em 2018 e 2020 não houveram registros de pessoas acometidas pela Hanseníase. Para incentivar a procura pelos serviços de saúde, a cidade promove palestras e distribuição de materiais informativos na campanha ‘Todos Contra a Hanseníase’ em todas as Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Saúde da Família, além do SAE (Serviço de Atenção Especializado). A ação também estimula o enfrentamento aos estigmas e discriminação relacionados à doença.
São Caetano, Mauá e Rio Grande da Serra não informaram o número de registros da doença até o fechamento desta matéria.