
Em estado de greve por tempo indeterminado, os petroleiros de todo País completam, nesta sexta-feira (7), uma semana de paralisação. Segundo a FUP (Federação Única dos Petroleiros), a greve atinge pelo menos 70 unidades do Sistema Petrobras, em 13 estados. Apesar do movimento, a categoria garante que manterá o abastecimento de combustíveis para não afetar a população.
Na paralisação, os petroleiros cobram suspensão das demissões na Fapen (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná), previstas para começar no dia 14, e que devem afetar pelo menos mil famílias. Os grevistas querem, ainda, negociação imediata para que os itens do Acordo Coletivo de Trabalho sejam cumpridos, com suspensão imediata de medidas unilaterais tomadas pela direção da Petrobras.
Segundo o coordenador da FUP de Mauá, Auzelio Alves, além das questões citadas, outras motivações levaram os trabalhadores a cruzar os braços. “Temos outras questões ligadas a autuações de trabalhos, que também entram na discussão, mas precisamos que nos ouçam”, afirma. A pauta com as reivindicações foi apresentada à Gerência de Gestão de Pessoas, da Petrobras, em reunião no dia 31, mas, de acordo com o sindicalista, até o momento nenhum acerto foi feito.
Na quinta-feira (6), trabalhadores da Recap (Refinaria de Capuava), em Mauá, reuniram-se em frente à empresa para representar os mais de 1,3 mil trabalhadores da unidade. Além deles, outros cinco diretores da FUP permanecem na sede da empresa à espera da diretoria para negociar.
Em nota, a Petrobras afirma que a intenção de greve, anunciada pela FUP, “não atende aos requisitos legais”. Segundo a empresa, todos os compromissos assumidos na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2019-2020 vêm sendo integralmente cumpridos pela Petrobras.
A empresa informa ainda ter sido notificada no dia 28 pelas lideranças de 11 sindicatos ligados à FUP sobre a intenção dessas entidades de realizarem greve a partir de 1º de fevereiro. A Petrobras considera descabido o movimento grevista anunciado pela FUP, pois “as justificativas são infundadas e não preenchem os requisitos legais para o exercício do direito de greve. Os compromissos pactuados entre as partes vêm sendo integralmente cumpridos pela Petrobras em todos os temas destacados pelos sindicatos”.
Diante do comunicado, o coordenador Auzelio Alves garante que os movimentos devem continuar, sobretudo em todas as unidades envolvidas. Estudantes, professores e familiares dos trabalhadores apoiam o movimento.