
Com as fortes chuvas, algumas cidades da região enfrentam problemas de enchentes e alagamentos, o que aumenta o contato das pessoas com a água suja ou a lama e, portanto, a ocorrência da leptospirose. Os sinais da doença podem aparecer de 10 a 30 dias após a contaminação, com sintomas como febre alta, dores musculares, dores de cabeça, náuseas e diarreia.
Além do risco de letalidade, que pode chegar a 40% nos casos mais graves, a doença apresenta elevada incidência em determinadas áreas. Segundo informações do Ministério da Saúde, há registros de leptospirose em todo o País, com a maior ocorrência em áreas urbanas e ambientes domiciliares, como as regiões Sul e Sudeste. Apenas em 2019, o Brasil registrou 3.368 casos.
Este cenário é agravado pela proliferação de roedores nas cidades, principais responsáveis pela transmissão da doença, por meio da urina contaminada pela bactéria leptospira. Os ratos são uma das pragas urbanas mais comuns e qualquer casa é suscetível à visita indesejada desses animais.
“A população tem importante papel no controle de roedores. Como as casas são locais propícios para que os ratos façam ninhos, as pessoas devem estar atentas ao encontrá-los durante o dia, pois é sinal de que a infestação está maior do que deveria, uma vez que são animais de hábitos noturnos”, comenta Maria Fernanda Zarzuela, especialista em Suporte Técnico da Bayer.
O que fazer nos casos de enchente?
Quem vive em cidade, que tem alto volume de chuva nesta época do ano, deve evitar o contato com água ou lama de enchentes – pessoas que trabalham na limpeza da cidade, por exemplo, precisam sempre usar botas e luvas de borracha (ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés) para não ter contato com a doença.
Para a desinfecção de locais e objetos que já entraram em contato com a lama contaminada, a orientação é diluir água sanitária com em água – 400 ml para um balde de 20 litros – deixar agir por 15 minutos.
Como controlar a proliferação de roedores?
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que haja, pelo menos, nove bilhões desses roedores no mundo. No Brasil, acredita-se que há cinco para cada habitante, isto é, o rato é uma praga difícil de ser controlada e a melhor forma é por meio da dedetização, associada às ações de prevenção.
“Os ambientes devem estar limpos e livres de entulhos. Manter o lixo armazenado em locais fechados e fora do alcance desses animais também é essencial. Ao colocar o lixo para fora, por exemplo, tente fazer isso perto da hora do caminhão de coleta passar para evitar que o lixo fique exposto e possa atrair ratos”, completa Maria Fernanda.
Além disso, a dedetização é importante. Esta medida pode ser utilizada por meio de métodos mecânicos, biológicos ou químicos, porém o método de desratização mais usado é o químico devido a segurança e eficácia. As iscas raticidas devem ser dispostas nos pontos de circulação dos roedores, como nos cantos de paredes e na entrada de tocas, onde há presença de fezes e roeduras.