
A prefeitura de Mauá, informou em nota que os sócios do Grêmio Mauaense, entidade esportiva que administrava complexo de esportes e lazer no Parque São Vicente, não serão ressarcidos pelo Poder Público municipal, que assumiu o controle do espaço. O clube funcionava em terreno público sob concessão e em dezembro o Legislativo aprovou projeto de lei de autoria do prefeito Atila Jacomussi (PSB) que determina que o município passa a ter o controle do local que conta com ginásios e piscinas.
O motivo, segundo alegou o presidente do Grêmio, Marco Antonio Capuano, o Quinho, foi a falta de recursos para continuar mantendo o clube. Segundo ele a queda na frequência no clube fez dívidas acumularem e a continuidade da gestão se tornou inviável. De acordo com Quinho as dívidas giram em torno de R$ 600 mil, valor que ele avalia ser possível o pagamento, com as transações com jogadores, já que o time de futebol profissional continua ativo. No entanto ele não contabiliza os valores que os sócios pagaram pelos títulos. “Não sei se pode (entrar na justiça para receber de volta o valor do título), mas acho que quem realmente gosta do clube vai ficar contente com as mudanças que a prefeitura vai fazer. Se alguém, porventura, entrar na justiça vai ter que ser contra a prefeitura”, disse.
Porém em nota a prefeitura relata não ser responsável pelos débitos do Grêmio Mauaense. “Os antigos sócios remidos não serão ressarcidos pelo poder público, haja vista tratar-se de uma concessão para a iniciativa privada, rompida pelo não cumprimento dos termos. Os sócios que se sentirem prejudicados, devem buscar na Justiça seus direitos junto à antiga administração do clube”, diz o informe.
Conforme reportagem publicada pelo RD na segunda-feira (17/02) alguns sócios querem o dinheiro de volta. É o caso de um caminhoneiro – preferiu que seu nome não fosse revelado – que investiu R$ 2 mil na compra de um título remido há cerca de três anos. “Acho que a prefeitura assumir vai ser até bom. Tivemos uma reunião na sexta-feira (14/02) com o prefeito, que nos disse que teríamos preferência no uso. Eu nem acho que devemos ter alguma prioridade, se é público tem que ser todo mundo tratado igual, porém o sentimento que fica é o de que fomos enganados, nos venderam um título quando o clube já estava ruim das pernas”, comentou. O sócio disse ainda que usava as instalações do clube e pretendia deixar o título para a filha. “Dois mil reais não é lá muita coisa, mas para nós que trabalhamos duro, faz muita falta”, comentou.
A prefeitura também informa que fará obras no local, mas não disse quando elas começam. “As obras e melhorias tem previsão de início nos próximos meses, o espaço será convertido em uma Fábrica de Artes, com diversas novas atividades, além de espaços e equipamentos revitalizados”, informou o município.