
Nesta sexta-feira (21/02) a direção da Ford na América Latina, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o Instituto TID (Trabalho, Indústria e Desenvolvimento), o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando e o governador João Doria (ambos do PSDB) estiveram reunidos para tratar da venda da Ford.
Durante o encontro o presidente da montadora, Lyle Watters, oficializou o que a imprensa já havia cravado de que a o Grupo Caoa está fora das negociações, mas informou que há dois conglomerados chineses interessados na planta do bairro Taboão. Também foi reafirmado o compromisso entre as partes de que, independente do comprador, este terá que selecionar seus funcionários dentre os metalúrgicos demitidos no ano passado quando a indústria foi fechada.
Para o presidente do Instituto TID Brasil, Rafael Marques, a reunião trouxe poucas novidades. Segundo ele foi mais um encontro para reafirmação de compromissos e para manter a frente de trabalho atualizada da negociação. “Eles (diretoria da Ford) acham que o interesse dessas chinesas é muito forte e que a negociação deve ser rápida, mas também foram muito sucintos ao tratar do assunto”, analisou. Ainda de acordo com Marques todos os presentes no encontro tiveram um ponto em comum em seus posicionamentos; a crítica ao Governo Federal. “Todos falaram disso, a negociação está centrada em São Paulo, sem nenhum apoio do presidente Bolsonaro, sendo que a União tem muito mais meios de ajudar, porém a participação dele tem sido nula”.
A diretoria da Ford manteve a posição negociada desde o anúncio do fechamento da fábrica de que, quem comprar a unidade vai ter que assumir os trabalhadores demitidos. “Vai ter que fazer as contratações na lista dos trabalhadores demitidos. Quantos serão contratados não sabemos, vai depender da necessidade deles”, finaliza Marques.
Ao deixar o encontro, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o Wagnão afirmou que saiu satisfeito por saber que a Ford continua disposta a vender o espaço privilegiando empresas do setor automotivo. “As negociações realmente continuam, agora com novos interessados. Estão todos empenhados em manter o parque fabril do setor automotivo, que é a vocação da nossa região. O ABC tem trabalhadores preparados e qualificados para atuar em qualquer novo negócio neste setor”, destacou.