
Nesta quinta-feira (12), 44 dias após o assassinato de Homoyuki, Flaviana e o filho do casal Juan Victor Gonçalves, os acusados do crime voltaram ao local onde tudo aconteceu, o sobrado de um condomínio fechado no Jardim Irene, em Santo André, onde a família morava.
Os investigados Ana Flávia Gonçalves, filha mais velha do casal assassinado; a companheira dela Carina Ramos; os irmãos Juliano e Jonathan Ramos, primos de Carina; e Guilherme Ramos chegaram ao local às 11h15, em uma comitiva composta por policiais civis, delegados, advogados e a perícia técnica. No momento da chegada, populares que estavam na rua hostilizaram, principalmente, as duas acusadas com gritos de “assassinas”.
Os investigados saíram das cadeias, onde aguardam em prisão temporária a conclusão do inquérito policial, e foram para a DEIC (Delegacia de Investigações Criminais) de São Bernardo. De lá saíram para a reconstituição no condomínio de Santo André, onde os trabalhos teriam início às 9h, mas começaram com mais de três horas de atraso. A reconstituição foi feita individualmente conforme o depoimento de cada envolvido, sendo que primeiro foi feita a encenação segundo a versão de Ana Flávia, depois foi a vez de Carina mostrar como foi o crime segundo a sua versão. Já no início da tarde foi a vez de Jonathan mostrar a sua versão; em seguida os policiais fizeram a reconstituição segundo a versão de Juliano, a quinta montagem foi feita com o depoimento de Guilherme. A polícia usou vários recursos, além do material usado pelos peritos. Um drone e um cão farejador estavam à disposição dos peritos.
O forte aparato policial do lado de fora do condomínio, composto inicialmente por policiais civis e agentes de trânsito da Prefeitura, ganhou reforço no fim da tarde com uma equipe do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), da Polícia Militar.
O advogado Epaminondas Gomes, contratado pela família das vítimas para acompanhar a investigação, contou que durante os trabalhos da perícia Ana Flávia chorou muito, já Carina Ramos se mostrou fria. O advogado de defesa de Ana Flávia e Carina, Lucas Domingos, confirmou que a filha mais velha do casal chorou bastante durante a reconstituição. Segundo ele, ambas mantiveram a versão de que premeditaram o crime de roubo, mas que não tiveram participação no crime de homicídio.
Familiares pedem justiça e até pena de morte para acusados
Os familiares de Flaviana Gonçalves acompanharam durante todo o dia a reconstituição do crime, acomodados em uma das residências do condomínio Morada Verde, em Santo André. A mãe da empresária assassinada, Vera Lúcia Chagas, disse que espera que os acusados paguem o débito com a justiça presos, já Edson Chagas dos Reis, tio da vítima, diz que o crime deveria ser punido com pena de morte.
Vera ficou impressionada com a frieza da neta Ana Flávia e Carina Ramos, presas preventivamente na investigação das mortes da família carbonizada no bairro Montanhão, em São Bernardo. “Chamou a atenção a frieza delas. Desceram do carro como se nada tivesse acontecido”, disse a avó, que, em seguida falou sobre sua revolta com o crime. “Quero justiça; cadeia nelas”, resumiu.
Em tom de revolta, Reis disse que Ana Flávia não foi influenciada por Carina Ramos, sua companheira. Ela já teria, segundo sua análise, uma mente criminosa. “Ela já tinha algum gatilho. Era estudada e faixa preta de Karatê. Acho que ela já era uma pessoa do mal, que foi por dinheiro e foi por maldade. Para mim tem de ter pena de morte e quem é contra eu convido a levar qualquer um dos cinco para casa”, disparou o familiar.