
Os lares de idosos da região do ABC suspenderam visitas e arcam com custos maiores e receitas menores desde o início da pandemia do novo coronavírus, a Covid-19. As instituições, que se valem em usa maioria de eventos sociais, como bingos, bazares e festas, viram a arrecadação cair drasticamente por conta do distanciamento social. Em contrapartida os gastos com materiais de higiene e proteção dos profissionais de saúde aumentaram.
No Lar Nossa Senhora das Mercedes, em São Caetano, os cerca de 70 internos não podem receber visitas. Na Instituição Assistencial Nosso Lar, em Santo André, diversas medidas foram adotadas para evitar o contágio pela Covid-19, a suspensão das visitas é uma delas. O presidente da entidade, Erivaldo Andrade dos Santos, disse que as duas lojas, uma de móveis e outra de roupas usadas, importantes fontes de renda para o lar, também estão fechadas. No Nosso Lar vivem 82 idosos.
“Saímos na frente e desde o dia 15 suspendemos as visitas. Nosso corpo técnico, que conta com médico, psicólogo e enfermeiros, tem feito o trabalho diário de orientar os nossos idosos sobre o que acontece e explicar porque as visitas estão suspensas. Nós estamos no meio deles, mas respeitando o distanciamento”, diz Santos. No Nosso Lar, os funcionários usam uma entrada, fornecedores outra.
Outra mudança foi na austeridade com os gastos, já que os recursos que entram são menores. “O fornecedor que aumentar os preços está fora, essa foi a ordem, e parece que estão acatando. Nosso custo, mesmo assim, aumentou sendo que uma máscara chega a custar R$ 2,90, aí nossa médica sugeriu que se tivéssemos quem costurasse poderia ser feita com duas folhas de TNT. E uma costureira está fazendo para nós, compramos o material e ela costura”, disse.
A instituição recebe também subvenção da Prefeitura, mas segundo o presidente ela paga apenas 23% das despesas. “O restante quem banca é a sociedade, o que vem da Prefeitura não paga nem a nossa folha de pagamento”, comenta Santos. O Nosso Lar tem 69 funcionários. “Os bazares são importante fonte de renda para nós”, lamenta.
Segundo Maria Inês Villalva, coordenadora técnica da Feasa (Federação das Entidades Assistenciais de Santo André), a situação das instituições é preocupante. “O Nosso Lar é uma instituição com mais de 60 anos de fundação e sei que o bazar como outros eventos que realiza garantem a sustentabilidade dos idosos atendidos, mas diante desse isolamento essas alternativas de captação de recursos deixam de acontecer o que pode provocar o fechamento de muitas entidades”, analisa.