
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC entregou ao governador João Doria (PSDB) uma carta com uma série de recomendações econômicas com o objetivo de preservar a saúde dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, garantir a sobrevivência das empresas, sobretudo as menores, durante a pandemia do novo coronavírus, a Covid-19. Entre as medidas está o financiamento para que as empresas cumpram a folha de pagamento com um acréscimo ainda de 20% para outras questões básicas.
Segundo o diretor executivo do sindicato Wellington Damasceno, a proposta de financiamento foi elaborada em conjunto com o Consórcio Intermunicipal e entregue ao governo no último fim de semana. “A intenção é preservar a saúde do trabalhador com ele ficando em casa, garantir a renda, capital de giro para as empresas, identificação de polos e a concessão de linhas de crédito, tudo isso além de garantir os suprimentos médicos necessários”, relata.
Uma das opções para garantir os equipamentos médicos é a “reconversão”, que é o aproveitamento do parque fabril que está parado para a produção de macas, respiradores e máscaras. “O governo pode auxiliar através da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) na conversão das linhas de produção das empresas para ter produtos de combate ao coronavírus. Tudo isso condicionado à garantia dos empregos, que para nós é o fundamental”, explica Damasceno.
O diretor sindical considera que as medidas propostas, a linha de crédito para a folha de pagamento, a reconversão do parque industrial são as que estão mais próximas da realidade. “Temos empresas que trabalham com motores, ferramentarias que podem dar início a produção de respiradores, temos indústria do vestuário que pode produzir máscaras, ou seja, as linhas de produção são fáceis de converter. Eu acredito que metade das indústrias do ABC seriam de fácil adaptação. Acho que se consegue fazer e dá tempo para isso. Há empresas prontas para isso, inclusive em parceria com universidades”, analisou.