
Após análise dos dados preliminares do aplicativo CoviData, desenvolvido em parceria com a UFABC (Universidade Federal do ABC) o Consórcio Intermunicipal estuda a possibilidade de iniciar a testagem domiciliar dos casos considerados de suspeita grave de infecção pela covid-19, começando pelas cidades de Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires e Mauá. Em São Caetano a prefeitura já faz a testagem domiciliar com os casos considerados suspeitos de pessoas que informaram sua situação ao sistema do município.
Os dados do CoviData revelaram que a maior concentração de casos classificados como suspeitos graves está na faixa etária entre 30 e 50. Das 2.672 triagens consideradas válidas, 1.106 foram considerados suspeitos e destes 828 foram considerados graves, sendo 670 abaixo dos 50 anos de idade. O relatório do aplicativo mostra também que dos 1.106 casos suspeitos, 657 são mulheres e destas 505 são consideradas graves.
Para o secretário geral do Consórcio, Edgard Brandão, os números da estatística são importantes, porém alguns fatores devem ser considerados na análise. “Primeiro é que é um aplicativo e as pessoas mais idosas tem mais dificuldade com essa tecnologia, depois as mulheres, que são maioria nos casos graves, são mais preocupadas com a saúde, o homem é mais relaxado nesta questão. Apesar disso o CoviData é um instrumento importante que está sendo construído a toda hora. Notamos, por exemplo, que o sistema poderia indicar uma unidade de saúde mais próxima. Até são indicadas unidades que são referência no tratamento, mas com uma ferramenta é possível indicar qual está mais perto, considerando a localização da pessoa”, analisa.
O sistema já identifica e apresenta em um mapa de calor com as áreas mais “quentes”, ou seja que têm mais casos, na região. Pelo mapa, atualizado até domingo (10/05), as áreas mais críticas estão entre as cidades de São Bernardo, Santo André e São Caetano, partindo dos centros em direção aos bairros. Essa localização georreferenciada é que pode balizar a testagem domiciliar começando por Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires e Mauá. “São cidades com menos casos, e duas delas menos populosas em que poderemos iniciar. Tudo depende da atuação em conjunto com o sistema de saúde da cidade e da disponibilidade de testes. Em São Caetano a prefeitura usou os estudantes da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), nós estamos ainda buscando parcerias com as universidades da região”, disse o secretário do consórcio. São Caetano já testou 8.701 pessoas até terça-feira (12/05), sendo que 144 deram positivo para a covid-19
Algumas situações que tornariam possível a testagem domiciliar já estão avançadas. A Volvo cedeu veículos que podem ser utilizados pelas equipes, com a mão de obra universitária o consórcio conseguiria baixar ainda mais os custos. “Isso que estamos imaginando é mais para a frente, mas não tão distante assim, acredito que em 10 ou 20 dias pode começar, depende de casar com as universidades”, finaliza.