ABC - domingo , 27 de abril de 2025

Região já tem mais de 700 pessoas que venceram a covid-19

Roseli ficou 26 dias internada na UTI e agora se recupera em casa. (Foto: Reprodução)

Muito se fala que os números das mortes pelo novo coronavírus (covid-19) são frios, não mostram a dor que passam as famílias. As vítimas tem rosto, nome e sobrenome, são pais, filhos, avós, netos, tios, professores, enfermeiros, médicos, enfim todos estão a mercê do inimigo invisível. No meio da tristeza, um número que também vem crescendo é o de pessoas que venceram a covid-19. O RD já fez inúmeras reportagens falando disso. Esta semana uma mulher de 103 anos deixou o hospital São Caetano após de recuperar da doença. Como esta já são mais de 700 histórias segundo os dados divulgados neste sábado (16/05).

Nem todas as prefeituras divulgam os dados dos contaminados pelo coronavírus que superaram a doença. Santo André informou que até este sábado (16/05) que 586 pessoas tiveram alta desde o início da pandemia, São Caetano informou 66 altas, Ribeirão Pires teve 51 e Rio Grande da Serra, 27. São 730 casos de pessoas que se curaram ou estão já quase no final do tratamento, isso sem contar os curados de São Bernardo, Diadema e Mauá que não incluíram esse dado nos seus boletins diários.

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Um desses casos é o da costureira, operadora de overloque, Roseli Calenta, que teve alta do 3 de maio depois de 36 dias internada, 26 deles na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Santa Casa de Santo André. Ela não precisou ser entubada, mesmo estando entre os casos mais sérios. Ela conta que viveu momentos de muito medo ao mesmo tempo que relatou a alegria de poder passar o Dia das Mães com filho. “Nesse tempo que fiquei internada eu vi mais de 30 pessoas morrerem. O meu quarto ficava perto do elevador que as macas subiam e desciam. Eu cheguei a ver três macas com corpos esperando para descer. Teve um momento que fiquei com muito medo, mas me apeguei a Deus, sou muito grata a ele”, comenta.

Mesmo em casa a alguns dias e contando com a ajuda do filho, Roseli ainda está em isolamento. Ela fica  a maior parte do tempo em seu quarto e usa máscara o tempo todo. Os sintomas ainda não desapareceram totalmente; ela ainda sente muita falta de ar. “A recuperação é lenta e qualquer esforço já sinto falta do ar, mas mesmo assim eu estou bem, os médicos disseram que a recuperação é lenta mesmo e a cada dia me sinto um pouquinho melhor, quando vim do hospital não conseguia ficar em pé sozinha, agora já levanto e ando. Agora estou fazendo exercícios de fisioterapia, as consultas são duas vezes por semana, mas os exercícios respiratórios faço todo dia”, conta.

Roseli está ansiosa para voltar logo ao trabalho. “Ficar parada sem trabalhar num tempo desses é difícil”, diz a costureira. Ela espera que as pessoas aprendam uma lição com a pandemia. “As pessoas precisam mudar o coração, não ficar olhando só para o próprio umbigo, espero que se conscientizem”, conclui.

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