
Os trabalhadores das indústrias de plástico, produtos químicos e tintas também têm sofrido com a pandemia da covid-19. Pelo menos 2,5 mil profissionais perderam emprego no setor desde a chegada da doença no País, segundo estimativa do Sindicato dos Químicos do ABC. A maior parte dos postos de trabalho foi perdida nas micro e pequenas empresas.
Raimundo Suzart, presidente do sindicato, diz que a categoria não foi totalmente afetada por conta das empresas do Polo Petroquímico, que não reduziram as atividades durante a pandemia. “Setenta por cento do setor não foi impactado justamente pelo Polo, mas as empresas do ramo farmacêutico e cosmético foram muito afetadas”, analisa.
Suzart não vê com otimismo a retomada da economia. Áreas do ramo químico ligadas à indústria automotiva, como fabricantes de peças de plástico, borracha, resinas e tintas, têm sofrido mais, porque há uma série de empresas menores. “Os setores de plástico e o de autopeças estão completamente parados, porque não podem trabalhar para outras áreas, em razão de contratos de exclusividade, então a montadora para e tudo para”, afirma.
Sem Caged
O sindicalista lamenta não ter as informações oficiais sobre o desemprego no setor, pois o Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego), do Ministério do Trabalho, está suspenso e o último levantamento é referente a dezembro de 2019. “As homologações não são feitas no sindicato e é a categoria quem nos informa. Nossa estimativa é de 2,5 mil demissões durante a pandemia, a maioria destes, entre 50% e 70%, é empresa de pequeno e médio porte”, analisa.
Segundo Suzart, as grandes empresas têm conseguido se manter, mas os pequenos estão em fechamento. Com a aprovação da medida provisória 936, que permite ajuda federal para complementação dos salários reduzidos, diz, a situação se mantém, mas e quando acabar? “Vai ter empresa que não vai ter capital para pagar nem as indenizações, por isso prevemos uma enxurrada de processos na Justiça do Trabalho para que o trabalhador consiga receber as indenizações”, afirma o sindicalista.