
Após mostrar o cenário de atuação de garotas e garotos de programa do ABC durante a pandemia do novo coronavírus, e constatar que a prática não diminuiu, o RD apurou as medidas de apoio disponíveis pelas prefeituras para os profissionais do sexo e verificou que as políticas públicas são escassas.
São Bernardo dispõe do Programa Municipal de IST/HIV/Aids/Hepatites Virais na Policlínica Centro, na avenida Armando Ítalo Setti, 402, que atende, entre outros públicos, o de profissionais do sexo, mas não possui nenhuma ação de reforço para o período de pandemia. Pelo programa, são realizados testes rápidos para detecção do HIV, sífilis e hepatites B e C, sob sigilo, bem como orientação sobre prevenção e distribuição de kits com preservativos e géis, além de atendimento e apoio psicológico.
O Centro de Referência em ISTs, HIV e Hepatites Virais, no Quarteirão da Saúde, em Diadema, também realiza ações de prevenção junto aos profissionais, como distribuição de preservativos e gel, vacinação contra a hepatite B e orientação sobre riscos e prevenção da covid-19. O centro tem o apoio da ONG Viva a Diversidade, que atende também a comunidade LGBT.
Em Mauá, o apoio aos profissionais do sexo é quase inexistente. Apenas realiza trabalho preventivo com a juventude, com abordagem de temas transversais nos CRASs (centros de referência de assistência social) da cidade. Já Ribeirão Pires oferece somente distribuição de preservativos, gel, testagem de ISTs, consultas médicas e orientações sobre práticas para o sexo seguro no Ambulatório de Infectologia, localizado na avenida Francisco Monteiro, 205, Centro.
Questionadas, as prefeituras de Santo André, São Caetano e Rio Grande da Serra não responderam até o fechamento da reportagem.