
Presa em uma pequena jaula, embaixo de uma escada, no relento, suja e sendo submetida a surras constantes. O que uma cadela dócil, de porte médio, jovem e com boa saúde, fez para ser submetida a tanta crueldade? Essa é a pergunta que se fazem os vários atores que participaram do resgate da cadela Pandora, que passou por uma adoção que não deu certo e agora está se adaptando a seu novo lar. Toda essa situação aconteceu no final se semana (dias 14, 15 e 16/08) e foi necessária até a intervenção da Polícia Militar no resgate.
Tudo começou quando a estudante de enfermagem, Luana Greque, de 30 anos, foi visitar a mãe na Vila Humaitá, em Santo André, e percebeu que na casa de dá fundos havia um cachorro chorando. “Conversando com a minha mãe e vizinhos soube que era uma cadela que apanhava todos os dias com cabo de vassoura. Fui embora e logo depois minha mãe ligou dizendo que o vizinho estava batendo nela naquele momento, então voltei e no caminho já pedi apoio da Polícia Militar”, contou a estudante que chegou e já chamou o rapaz dono da cachorra e indagou o que estava acontecendo, momento em que a viatura da PM chegava.
“Ele me disse que batia porque estava educando ela. Na nossa frente ele ainda tentou agredir de novo. Apenas comuniquei que estava levando a cachorra embora e ele ainda debochou de nós. Eu, minha mãe e minha irmã levamos ela para a doutora Ana que me ajudou”. A doutora é Ana Lucia Ferreira Oliveira Meira, da clínica Petland, que analisou o estado geral da cachorra que acabou batizada de Pandora. Ela foi atendida e ganhou até banho na clínica. Logo ela também será castrada.

A veterinária contou que Pandora, apesar dos maus tratos, estava em bom estado de saúde por ser um animal jovem, aproximadamente 3 anos de idade, mas que demonstra os sinais de estresse e medo. A partir de então começou uma campanha pela internet em busca de um novo lar. Em pouco tempo surgiu uma pretendente que disse que levaria Pandora a um sítio onde ela viveria com outros cães. Isso aconteceu no domingo (16), no dia seguinte a mulher trouxe o animal de volta dizendo que não se adaptou.
“Esse caso chama a atenção não apenas para os maus tratos, mas também para a adoção responsável. O animal não é um produto com defeito que se devolve. Não se pode adotar por impulso. Tem que ter em mente que o animal precisa de espaço e as pessoas da casa tem que se adaptar a ele”, explica a médica veterinária.
Diante da devolução a mulher que resgatou Pandora, resolveu ficar com ela, mas encontra dificuldades. “O espaço aqui é pequeno, pois já temos cachorro, gato, coelho, passarinho, peixe, mas estamos arrumando um espaço para ela. A Pandora é um bebezão, muito brincalhona e obediente. Para nós é difícil pois ter um animal implica em mais gastos, com vacina, banho e ração”, conta a estudante de enfermagem que pensa em fazer uma campanha em redes sociais ou vaquinha pela internet para manter os cuidados com Pandora. “Estamos precisando de ajuda, porque além disso ela vai precisar de remédios”, comentou. Interessados em ajudar a família que adotou Pandora podem entrar em contato com a clínica Petland no telefone: 4436-3255.