“Renovação”. Expressão que tomou conta da política nos últimos anos também é usada pelo PT para tentar retomar o rumo das vitórias nas eleições de novembro. Ao RDtv nesta quarta-feira (2/9) o ex-ministro e ex-secretário em Santo André, Gilberto Carvalho, realizou uma avaliação da legenda para a próxima disputa eleitoral e também revelou tristeza com as divisões existentes na esquerda andreense, principalmente com o nome do ex-prefeito João Avamileno (SD).

Adjetivando a “sobrevivência” do PT como “milagre” após a crise iniciada em 2013 com a Operação Lava Jato, o impeachment de Dilma Rousseff em 2016 e a “onda azul” que fez com que o partido não conseguisse eleger nenhum prefeito no ABC no mesmo ano, Gilberto aponta que a não falência da legenda ocorreu devido ao poder de sua militância.
“Temos que ter uma gratidão imensa pela nossa militância. Mais pela virtude da nossa militância do que acerto ou virtude de nós dirigentes, o PT tem uma força dinâmica onde você anda pelo Brasil e você encontra gente que luta pelos direitos humanos, pela justiça, que luta contra a corrupção, que luta pelos mais pobres e que estão ligados ao PT. Então tem uma energia misteriosa que vem da base que nos alimenta e nos dá abrigo para sobreviver”, explicou.
Apesar dessa movimentação, Carvalho não nega que o partido errou no momento de renovação de novos quadros, mas que tal fator não deve ser considerado como empecilho para as pré-candidaturas na região que migram entre figuras novas como Felipe Magalhães em Ribeirão Pires e que chega aos ex-prefeitos de São Bernardo, Luiz Marinho, e de Diadema, José de Filippi Jr.
A divisão entre figuras históricas do partido e os mais novos foi um dos motivos para a saída de João Avamileno do PT e a migração para o Solidariedade, partido em que tentará o retorno para o comando do Paço de Santo André. O ex-prefeito não escondeu o jogo ao justificar sua saída em outubro do ano passado, principalmente ao afirmar que os mais velhos não eram mais escutados na legenda.
Tal situação acabou criando três pré-candidaturas ligadas diretamente ao nome do ex-prefeito Celso Daniel (morto em 2002) com Avamileno, vice de Celso entre 1997 e janeiro de 2002, Bruno Daniel (Psol) irmão do ex-prefeito e Bete Siraque (PT), da legenda em que o falecido político estava filiado. Nesse cenário o que mais chateia Gilberto Carvalho é o afastamento de João.
“Eu não posso mentir para vocês, eu vejo com tristeza (a saída de Avamileno), porque embora compreenda toda a questão dos partidos que precisam lançar seus candidatos, no caso de Santo André dói muito ver o João Avamileno em outro partido que não seja o PT. Eu tenho um carinho imenso pelo João, fui secretário dele, fui companheiro dele e só posso lamentar”, concluiu.