
Terminou sem acordo na última sexta-feira (11/9) a audiência de conciliação entre os Correios e os trabalhadores da empresa. Com isso, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) informou que o dissídio coletivo da greve será julgado no próximo dia 21 de setembro. Os funcionários, que estão em greve desde 17 de agosto, se dizem contra a privatização e criticam a negligência durante a pandemia.
De acordo com a Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios) sem o avanço da audiência, a greve continua e os filiados reforçam a importância do fortalecimento da luta. “A audiência de conciliação no TST chegou ao fim sem apresentar avanço algum, a direção militar dos Correios demonstra seu total desprezo com a categoria sem aceitar qualquer apelo ou proposta por parte do TST e MPT”, informou em nota.
Do ponto de vista da Findect, apesar de registrar aumento no lucro, com todas as restrições impostas pela pandemia, a Diretoria dos Correios dá as costas para a sua principal base de sustentação: os trabalhadores. “Foi uma audiência tensa e de muita intransigência, e não restou outra alternativa a não ser o Tribunal superior do trabalho marcar o julgamento para o próximo dia 21 de setembro”, disse o diretor de comunicação, Douglas Melo. “Diante do exposto, a Federação e Sindicatos filiados orientam pela manutenção e fortalecimento da greve, entendemos que o caminho para conquistarmos a manutenção de nossos direitos é a luta”, enfatiza.
No julgamento do próximo dia 21, os ministros do TST podem decidir o valor do reajuste salarial e outras cláusulas que passarão a vigorar no novo acordo coletivo de trabalho. No último dissídio coletivo da categoria, os ministros do TST decidiram, por exemplo, pela exclusão de pais e mães do plano de saúde da empresa.
Greve
A entidade que representa os trabalhadores na região argumenta que todos os trabalhadores foram surpreendidos com a revogação do atual acordo coletivo, que estaria em vigência até 2021. Em nota divulgada no início da paralisação, os Correios informaram que, desde o início da negociação do acordo coletivo, têm sido transparentes sobre a situação econômico-financeira.
Somente no ABC, de acordo com o Sindicato, a mobilização tem adesão de pelo menos 80% dos trabalhadores, número este que deve se manter até o fim das negociações.