
Uma pesquisa realizada pelo MEC (Ministério da Educação)em 2018 avaliou o índice de desenvolvimento da educação básica durante o ensino médio, e revelou uma estagnação que dura há quase dez anos na qualidade de ensino no colegial. Isso significa que 70% dos estudantes não sabem o suficiente em matemática e língua portuguesa ao final do segundo grau. Além disso, 41% dos jovens brasileiros abandonam a escola antes de se formar.
Esse cenário acendeu uma discussão sobre a necessidade de mudar os ritmos das escolas atuais. O Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado como Lei em 2014, aponta a renovação do ensino médio com abordagens interdisciplinares, currículos flexíveis, ampliação da oferta da educação em tempo integral e a necessidade de sustentar o protagonismo juvenil.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, 72% dos brasileiros são a favor de mudanças no ensino médio, 85% são a favor da ampliação do número de escolas com período integral e 70% são a favor de que os estudantes escolham as matérias em que irão se aprofundar e possam optar pela formação técnica do colegial.
O novo formato do ensino médio surgiu para responder as novas leis e a vontade da maior parte dos estudantes. Mas o que muda para os gestores escolares?
1- Ampliação da carga horária mínima em todas as escolas brasileiras: Todas as escolas terão a carga horária mínima ampliada de 2400 horas para 3000 horas. As redes terão até 2022 para se adaptar à nova legislação. A partir daí, terão que cumprir, nos 5 anos seguintes, a carga horária mínima estipulada. Após esse período, o tempo sobe para 4.200 horas. Também ocorre a ampliação das escolas de tempo integral, na qual o estudante tem mais tempo no colégio para realizar seus estudos e outras atividades.
2- Possibilidade de articular parcerias com outras escolas e instituições de ensino de sua região: As escolas poderão se organizar com outras instituições de ensino de sua região para garantir diferentes possibilidades de escolha de itinerários aos estudantes. Isso significa que a escola não precisará oferecer todas as possibilidades de itinerários. Caso haja parcerias com outras instituições próximas, a escola poderá se especializar naquilo que mais tem a ver com a realidade local e com seus professores.
3- Apoio do MEC para implementação do Novo Ensino Médio: As redes e escolas terão apoio do MEC para a implementação das mudanças do novo ensino médio. O Programa de Apoio ao Novo Ensino Médio e o Programa de Fomento à Implementação de Escolas de Tempo Integral (EMTI) são duas políticas já em vigor que irão apoiar as escolas e as redes na implementação das mudanças.