
A Polícia Federal cumpriu nesta quarta-feira (04/11) mandado de busca e apreensão em Santo André. O endereço e nomes de envolvidos não foram divulgados. A ação é parte da operação Narcobroker da PF de Curitiba (PR) que tem objetivo de desarticular financeiramente organização criminosa especializada no envio de cocaína para a Europa. Em março deste ano, em outra fase da mesma operação, foram apreendidos 240 quilos de cocaína escondida em embalagens de papel A4 que já estavam acondicionados em containers no porto de Paranaguá. Agora o objetivo do trabalho dos federais foi tomar imóveis e outros bens da quadrilha avaliados em cerca de R$ 40 milhões.
A PF informou que no ABC foram apreendidos apenas documentos ligados à quadrilha, já em outras localidades foram dezenas de imóveis e carros de luxo. Somente uma das casas que teve o sequestro determinado pela Justiça Federal, foi comprada pelo chefe da organização criminosa por R$ 6 milhões. Cerca de 150 policiais federais cumpriram 39 mandados judiciais, sendo 9 de prisão preventiva, 2 de prisão temporária e 28 de busca e apreensão no Paraná (Curitiba, Paranaguá, Matinhos, Campo Largo), em São Paulo (São Paulo, Santos, Santo André, Peruíbe, Atibaia) e em Santa Catarina (Itapema, Balneário Camboriú, Itajaí, Camboriú e Urubici). Auditores da Receita Federal também participam das buscas.
Segundo nota da PF a Justiça Federal em Curitiba também determinou o bloqueio de contas de 68 pessoas físicas e jurídicas que, segundo as investigações, tiveram movimentação suspeita de aproximadamente R$ 1 bilhão entre os anos de 2018 a 2020. O montante total dos valores bloqueados ainda não foi contabilizado. Também na ação desta quarta-feira (04/11), foi determinado pela Justiça Federal, o bloqueio de 3 empresas que eram utilizadas pela organização criminosa para a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.
As investigações da PF foram iniciadas em 2019 e apontam que os integrantes da organização criminosa utilizavam empresas fantasmas e de fachada para comprar mercadorias de origem orgânica, visando dificultar a atuação dos órgãos de fiscalização e segurança. Tais mercadorias eram acondicionadas em contêineres que também ocultavam centenas de quilos de cocaína que eram enviados à Europa. Foram apreendidas anteriormente mais de 13 toneladas de erva mate, ativo biológico que será alienado antecipadamente conforme autorizado judicialmente.
Além disso, a Justiça Federal expediu o mandado de prisão preventiva em desfavor de um brasileiro que se passava por empresário na Espanha, mas na realidade, tratava-se de um suspeito entre as organizações criminosas brasileiras e europeias; e que recebia a droga que vinha escondida em meio à carga lícita que era enviada. Ele foi preso em Curitiba.