
A prefeitura de Mauá não repassou à FUABC (Fundação do ABC) o valor mensal pela atuação no Cosam (Complexo de Saúde de Mauá). Mesmo com o atraso a fundação pagou os trabalhadores que, contudo, não receberam o auxílio-pandemia no valor de R$ 300. A fundação confirmou que não recebeu integralmente nem o repasse de novembro. A prefeitura não se pronunciou.
O SindSaúde (Sindicato dos Profissionais de Saúde) do ABC informou que vai tomar medidas judiciais. “O representante da Cosam nos disse que está em contato com a prefeitura e que, assim que o valor for repassado, será feita uma folha de pagamento complementar”, disse o presidente do sindicato, Almir Rogério “Mizito”. Porém desde a última semana quando a cobrança foi feita até hoje (08/12) o pagamento não havia sido feito. “O departamento jurídico do sindicato avalia as ações a serem tomadas.
O sindicato informou ainda que só de trabalhadores ligados ao SindSaúde, são 950 profissionais atuando nos serviços de saúde de Mauá através da FUABC. Mas o número total é maior, já que enfermeiros e médicos são ligados a outros sindicatos.
Em nota, a Fundação do ABC sustenta que o repasse referente ao mês de novembro não veio integral. “A Fundação do ABC informa que aguarda o repasse financeiro da Prefeitura de Mauá referente ao contrato de gestão do Complexo de Saúde de Mauá, feito parcialmente para o mês de novembro. A Fundação do ABC esclarece que já notificou o município e o Ministério Público sobre o atraso no repasse do mês supracitado. Além do repasse mensal, acordado judicialmente junto ao Ministério Público, também não houve até o momento repasse adicional, referente ao bônus de R$ 300,00 prometido pela prefeitura aos trabalhadores da saúde”.
O bônus de R$ 300 foi definido através da lei 5.600 de abril deste ano. De acordo com o texto o adicional seria pago até o final da pandemia. Inicialmente o bônus foi pago somente aos servidores da saúde vinculados à prefeitura. Após intervenção do SindSaúde, o benefício acabou estendido aos trabalhadores da FUABC.
Um funcionário da fundação e que trabalha em Mauá há seis anos, considera que a medida é política. “Foi só ele (prefeito Atila Jacomussi – PSB) perder as eleições que o corte foi feito”, disse referindo-se ao não repasse do valor do auxílio-pandemia. “O benefício não era até o fim da pandemia? Porque cortou? Parece que vingança do prefeito por ter perdido a eleição, mas o servidor não tem nada com isso, fazemos nosso trabalho”, disse o trabalhador que pediu para que seu nome não fosse revelado, por receio de represálias.