O governo do Estado anunciou dia 3 de fevereiro a reclassificação do Plano São Paulo e manteve o ABC na Fase 2 (Laranja) de controle da pandemia. Apesar disso, os desfiles oficiais promovidos pelas escolas de samba da região seguem suspensos pelo quinto ano consecutivo e, com isso, as ligas lutam para manter a tradição carnavalesca, mesmo com a pandemia.
A presidente da Liga das Ligas do ABC, diretora do Fenasamba (Federação Nacional das Escolas de Samba e presidente da Uesma (União das Escolas de Samba de Mauá), Meire Terezinha da Silva, de 51 anos, conta que para não perder o espírito do Carnaval, as escolas do município promoverão atividades, ainda que virtuais. “Nestes anos que não tivemos desfiles oficiais, as escolas de Mauá fizeram suas próprias ações para fortalecer a inclusão de todos”, diz.
Entre as atividades já confirmadas pela Uesma estão exposição de fantasias, lives com convidados das ligas e exposição com o tema ‘No mundo do Carnaval’, de 12 a 22 de fevereiro, no Espaço Pinacoteca, no Teatro. “Ainda estamos com outras atividades em definição, como gravações que serão editadas e serão o primeiro documentário carnavalesco de Mauá”, adianta.
Tenta aproximação
Em Santo André, a esperança do presidente da escola de samba Palmares, Adilson Alves, é que assim que a pandemia passar os foliões possam voltar às ruas com os desfiles oficiais. Sem perspectiva de celebrações para 2021, Alves tenta aproximação com o prefeito Paulo Serra (PSDB) para que Santo André volte a celebrar a data.

“Antes das eleições municipais nos reunimos com todos os candidatos de Santo André, mas o único que não nos ouviu foi o atual prefeito. Apesar do momento difícil da pandemia, não deixamos a questão de lado e estamos insistentemente tentando uma aproximação para retomar o Carnaval na cidade nos próximos anos, como era tradição”, diz.
Segundo Alves, os eventos carnavalescos eram uma tradição em Santo André. “Agora, cinco anos sem Carnaval, quem vive no ABC busca eventos fora, na Capital. Os desfiles fazem falta, porque além de alimentar uma cadeia produtiva de renda, são uma verdadeira festa em família. É triste ver acabar assim, a cultura ir para o buraco”, comenta.
Planejar futuro
Para Emerson Ceccato, presidente da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba de Santo André) e da escola de samba Lírios de Ouro, de Santo André, a pandemia significa um momento de repensar o Carnaval na região. “Não há o que se fazer nesse momento, porque todas as escolas estão paradas, inclusive nas capitais, mas é momento de nos aproximarmos do poder público para discutir como serão as festas nos próximos anos”, diz.
Segundo Ceccato, em Santo André, falta aproximação com o poder público. “Tentamos aproximação com o prefeito no ano passado, mas não conseguimos. Ainda assim, não vamos desistir, porque sabemos da importância da festa para a população e queremos voltar com grandes festas no pós-pandemia”, enfatiza.