
Em São Caetano, os problemas com aglomeração na avenida Goiás são persistentes. Dessa vez, o ponto que foi alvo de denúncias é uma adega, localizada na altura do número 400. Segundo uma munícipe, que preferiu não ser identificada, os clientes do estabelecimento se reúnem nas redondezas e incomodam a vizinhança com música alta.
A moradora conta que desde o final do ano passado, quando o comércio de bebidas foi inaugurado, o transtorno é presente. “Todo final de semana fica uma multidão de pessoas em frente a adega, na praça da Bíblia, com caixas de som. Deixam os carros estacionados na rua Espirito Santo e vão pra lá quando a GCM (Guarda Civil Municipal) dispersa, mas eles só aparecem por volta das 4 horas da manhã”, diz.
A munícipe explica que, irritada com o barulho e com a bagunça, que fica próximo à sua residência, já tentou pedir compreensão dos jovens. “Quando pedi silêncio da janela do meu prédio, fui insultada verbalmente. Nem parece que vivemos uma pandemia. Até urinam nos nossos portões”, afirma.
Mesmo após registrar inúmeras reclamações, a moradora conta que o problema ainda não foi resolvido. “Antes funcionavam 24 horas, mas a prefeitura me informou que eles só podiam funcionar até às 22h. A gente liga pra GCM e algumas vezes ela aparece, porém só dispersam quando está amanhecendo. Está um inferno. Não conseguimos dormir nos finais de semana. Não sabemos mais a quem recorrer”, desabafa.
Questionada, a prefeitura de São Caetano esclareceu: “Ações foram tomadas com relação ao caso, em conjunto com o Departamento de Fiscalização, a Seseg (Secretaria Municipal de Segurança) e a Polícia Militar. O Departamento de Fiscalização da Seplag informa que o estabelecimento encontra-se legalmente trabalhando dentro do horário preestabelecido pelos decretos Estadual e Municipal de Combate ao coronavírus”, diz.
E completa: “Os clientes compram as bebidas e as levam até a praça, onde não há mais qualquer jurisdição do estabelecimento. Neste caso, a Seseg garante que durante a aproximação das viaturas da GCM e da Polícia Militar pela Praça da Bíblia, em atenção dos chamados de perturbação do sossego, o público se dispersou e seguiu destino ignorado. As viaturas da GCM permaneceram pelo local com a finalidade de inibir circulação e aglomeração de pessoas e promover a paz social. Algumas pessoas chegaram a ser qualificadas (indagadas) e orientadas a não permanecerem no pela praça e suas imediações”.
Procurada, a PM (Polícia Militar) afirmou que realiza a Operações “Paz e Proteção” em todo o Estado e são realizadas principalmente nos finais de semana para coibir a aglomeração de pessoas para a formação de “pancadões” e impedir práticas delituosas em locais públicos. “No período de pandemia a instituição orienta a população para evitarem aglomeração, respeitando a recomendação legal, com suas peculiaridades, conforme o serviço ou estabelecimento comercial, e região estadual, apoiando sempre que necessário e demandada, os órgãos públicos fiscalizadores que possuem competência para tal. Como instituição próxima da sociedade, garantidora da democracia e dignidade da pessoa humana, está aberta ao debate público e aos legisladores para adoção de medidas efetivas a questão que confiram maior poder e amparo de atuação à Polícia Militar para resolução da questão”.