
As aulas presenciais nas escolas de São Caetano tiveram início no dia 11 e sete dias depois há notícia de 15 casos confirmados de covid-19 entre funcionários das escolas, e 37 casos suspeitos, aguardando resultado dos exames.
O levantamento foi feito pelo grupo Servidores em Ação, criado em 2018 para levantar as demandas do funcionalismo público. A prefeitura diverge dos números apresentados, apesar da diferença entre o levantamento e os números oficiais ser pequena. A administração não tem planos de suspender o ensino presencial.
“Todos os casos surgiram depois do início da volta às aulas. Na verdade, os professores começaram a trabalhar no dia 5 presencialmente e os casos começaram a aparecer depois do dia 11 quando começaram as aulas”, relata a inspetora de alunos e integrante do grupo Servidores em Ação, Bianca Pontes Liguori.
O grupo chegou a realizar em frente à Câmara um ato contra a volta as aulas presenciais enquanto os funcionários públicos da educação não fossem vacinados. O ato aconteceu no último dia 9. “Os casos estão estourando, pipocando em todo lugar, mas a prefeitura nega. Tentamos uma reunião na Seduc (Secretaria de Educação) e não nos receberam”, disse a servidora.
Segundo a prefeitura não são 15, mas 13, os casos confirmados de covid-19 na sua rede escolar. O número de casos suspeitos também não é igual ao do levantamento do grupo Servidores em Ação, mas é bem próximo. “Até o presente momento as escolas registram 13 casos confirmados, 8 negativos e 32 que estão em análise, de um total de 4.000 servidores da Educação. Não há nenhuma notificação de caso de covid-19 (confirmado ou suspeito) em aluno”, informou a prefeitura, que tem testado os casos suspeitos em que há presença de sintomas da doença.
A prefeitura informou ainda que foram criadas ferramentas para que os casos sejam informados à comunidade escolar. “A Secretaria de Educação tem feito um monitoramento contínuo de suspeitas e casos de covid-19. Para fazer esse controle, criou um formulário Google ao qual o diretor de escola tem acesso. Nesse formulário o diretor deve relatar cada caso identificado em sua escola (professor, funcionário ou aluno) com a data de início dos sintomas e dados para contato, a fim de fazer um acompanhamento de cada caso. Os gestores já estão orientados manter o funcionário afastado, em monitoramento, assim que haja uma suspeita de contaminação. Se um aluno vier a apresentar suspeita, toda a classe será colocada em quarentena, e continuará a assistir as aulas remotamente”, informa a administração sancaetanense, em nota.
“Tem casos em que há confirmação e a direção da escola não informa pais e os outros servidores. Estão negando o que está acontecendo. Para a prefeitura somos 13 em 4 mil, somos apenas números”, conclui Bianca, que informou ainda que o grupo Servidores em Ação tem uma assessoria jurídica que avalia medidas a serem tomadas para suspender as aulas presenciais até que os servidores das escolas sejam vacinados.