
Mãe de quatro filhos, Estefanie Custódia Ferreira dos Santos, vive um drama desde dezembro quando seu ex-companheiro Daniel Amorin dos Santos, levou para Camanducaia (MG) duas filhas do casal, de 3 e 8 anos de idade, e outra de 11 anos fruto de outro relacionamento da mãe, que é moradora de São Bernardo. A mulher foi até a cidade mineira e tentou trazer de volta as filhas, mas foi impedida pela polícia militar. De outro lado o pai disse que as crianças eram maltratadas pela mãe e que elas estão bem e aguardando a decisão da Justiça.
Após um relacionamento de 5 anos, no final de 2017 Estefanie e Daniel se separaram. Ela foi morar com os pais em São Bernardo e o ex-marido ficou em Santo André. As visitas do pai as filhas eram normais, até que ele se mudou para a cidade mineira. O contato ficou mais raro até que em dezembro do ano passado ele quis levar as crianças e a filha mais velha da ex-mulher para passar as férias com ele, com o intuito de trazer de volta até o final de janeiro para o reinício das aulas. “Eu ligava e ele sempre dando desculpas, disse que queria ficar com elas até o aniversário dele, depois que ia conseguir dinheiro para comprar o material escolar até que no dia 8 de fevereiro, quando minha filha menor tinha exame médico que aguardávamos há seis meses, eu avisei e ele não me respondeu mais”, explicou a mãe.
Ela então tentou fazer um boletim de ocorrência em São Bernardo, mas como não havia definição judicial sobre a guarda das crianças não conseguiu fazer. Na segunda-feira (22/02) ela foi até Minas Gerais na companhia de seu pai, tentar reaver as crianças. “Cheguei lá e ele estava fumando maconha sentado na entrada com minha filha do lado. Pedi para ver minhas filhas e ele não deixou. Então invadimos a casa e peguei minhas filhas, mas a polícia militar não deixou que eu voltasse com elas. Soube depois que uns dez dias antes ele tinha ido no Conselho Tutelar e dito que eu maltratava as meninas. Mas nunca entraram em contato comigo para saber se era verdade. Eu errei em invadir a casa, mas estava desesperada por minhas filhas”, relatou.
O RD tentou contato com o Conselho Tutelar de Camanducaia, mas os conselheiros alegaram sigilo sobre o procedimento e não passaram informações. A mesma coisa no Conselho Tutelar de São Bernardo. No Ministério Público da cidade mineira, a informação é de que o processo de guarda das três crianças aberto por Estefanie, foi protocolado na quarta-feira (24/02) pela Defensoria Pública e só aguarda um posicionamento do juiz do caso.
O pai nega a versão de Estefanie. “Então, a história não é nem assim; ela invadiu minha residência juntamente com seu companheiro e o pai e tentaram levar as crianças à força e o caso foi parar na polícia. O conselho tutelar decidiu que as crianças ficaram aqui até decisão judicial sobre a guarda das crianças”, disse o ex-marido.
Daniel Amorim dos Santos disse que foi ao conselho tutelar de Camanducaia porque as crianças disseram a ele que eram maltratadas. “A decisão de procurar a justiça para relatar o que vivem dentro de casa com a mãe foi das crianças. Relataram com detalhes para o conselheiro, eu só dei ouvido e voz às crianças que queriam ouvir opinião de alguém sobre o que vivenciam em casa”, explicou. “Qualquer informação pode procurar os órgãos responsáveis por apurar o caso. Essa situação já causou muito transtorno para mim e minha família. O objetivo disso tudo é preservar a integridade física e moral das crianças, a decisão da justiça vai ser baseada nisso e eu estou muito tranquilo, espero o melhor para as crianças sejam no convívio da mãe ou do pai”, concluiu.