
A fabricação de automóveis, ônibus e caminhões em São Paulo registrou queda no início deste ano, quando a pandemia da covid-19 foi acentuada. Segundo o coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista, Sandro Maskio, este foi o menor volume de produção registrado desde 2009.
A retração de 4,3% na produção física da indústria geral dos 12 meses encerrados em janeiro, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), não reflete em um comportamento a todos os setores da indústria. “A queda na produção reflete bastante ao fechamento de montadores no ABC. O período da pandemia tem sido bem difícil para quem trabalha no setor, e a recuperação será bastante complicada”, diz o pesquisador.
Enquanto isso, os subsetores de alimentos, produtos de limpeza e higiene, além dos derivados de petróleo registraram ampliação, ainda que tímida da produção. “Assim como os segmentos farmoquímicos e de celulose, que tiveram grande procura”, sustenta Maskio. Segundo o pesquisador, no período da pandemia os produtos industrializados e de farmácia tiveram uma procura ainda maior. “Com medo de acabar o estoque, as pessoas passaram a procurar mais esses produtos, o que justificou uma leve alta, em torno de 5% a 8%”, explica.
Do outro lado, setores de produtos têxteis e confecção, fabricação de veículos e outros equipamentos de transporte, também registraram retrações na produção física, com variação de 9% a 14%. “Com o recuo na produção de veículos, o número de peças também apresentou uma forte desaceleração que impactou a indústria”, explica o pesquisador. Comportamento este, semelhante ao observado na indústria instalada no Estado.