
Desde março, a falta do remédio Exenol 18mg (adesivo), para paciente com Alzheimer, na farmácia de alto custo do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, tem preocupado Maria Garcia. A moradora do bairro Utinga retira o remédio há cerca de dois anos para o pai, Antônio Garcia, de 84 anos, que sofre da doença.
O preço do medicamento ultrapassa R$ 500 no mercado e a falta do fornecimento pelo governo estadual tem sido uma luta para a família de Antônio. “Eu já liguei em várias farmácias particulares e é muito difícil encontrar, os farmacêuticos dizem que não há o Exenol no mercado e o pouco que aparece acaba muito rápido”, diz.
No intuito de manter o medicamento e evitar a evolução da doença, a família chegou a gastar mais de R$ 1 mil em duas caixas, que contam com 30 unidades cada, suficiente para 2 meses. “A sorte que conseguimos achar em uma farmácia em São Paulo, mas eram as unidades restantes, mas há quem não tenha dinheiro para comprar e o que essas pessoas fazem?”, questiona Maria.
A moradora reclama por não ter sido avisada da falta do remédio de forma prévia. “Imagina ter uma despesa e de repente eles avisam que não vai ter mais, e o cara que não tem? Fica sem remédio? A falta de comunicação do Estado com o cidadão e muito grave”, completa.
Resposta da Secretaria de Saúde
Contatada, a Secretaria de Saúde do Estado informa, por meio de nota, que o medicamento Rivastigmina 18mg faz parte da lista de medicamentos adquiridos pelo Ministério da Saúde, responsável pelo planejamento, compra e compartilhamento com os estados, que por sua vez, apenas redistribui para as farmácias, à medida que os lotes chegam a São Paulo. Diz, ainda, que o Estado recebeu o item com atraso e realizou a distribuição às farmácias. O paciente será orientado para realizar a retirada do medicamento.