
O grupo de 30 ex-moradores do edifício Di Thiene e que ocupam desde a última quarta-feira (2/6) a sede do CRAS (Centro de Assistência Social, no bairro Fundação, emitiram na noite desta quinta-feira (3/6) uma carta com reivindicações para deixar o local, entre elas, uma audiência pública com o prefeito interino Tite Campanella (Cidadania) para resolver o destino destas famílias.
Além do encontro com Tite, as famílias querem a liberação do banheiro do CRAS para as crianças e um lugar para dormir até que toda a situação seja resolvida. Na carta o grupo relembra sua história e principalmente o que ocorreu nos últimos dias com a reintegração de posse feita na quarta-feira.
“Somos famílias que vivíamos no antigo edifício há décadas, em 2019 com o desabamento e posterior demolição do prédio, o poder público prometeu-nos moradias populares. Até que estas fossem construídas, tivemos o auxílio aluguel. Ocorre que, essas moradias nunca passaram de promessas! Fomos traídos pela Prefeitura!”, escrevem.
“Cansados do descaso no dia 01/05/2021 (re)ocupamos o terreno que era nosso. Muitos de nós compramos nossas moradias. Vergonhosamente a justiça concedeu em caráter liminar a reintegração de posse para o indivíduo condenado por clonagem de cartões de crédito, entre outros crimes, um ex-presidiário brasileiro e uruguaio (sim, ele também foi preso no Uruguai”, segue a carta.
“Essa decisão somente poderia ser cumprida, caso a Prefeitura desse todas as condições de dignidade para nós, o que não ocorreu. Com isso, sem lugar para onde ir, fomos até o CRAS Fundação aguardar uma resposta da Prefeitura, que até o momento não enviou nenhum representante para conversar conosco, tratando-nos de maneira pior do que bandidos: ordenou que lacrassem o banheiro do CRAS, não deixa que entreguem comida, não permitem que saíamos e possamos voltar a ficar com nossas famílias”. A carta é concluída com as reivindicações.
O ex-presidenciável Guilherme Boulos (PSOL) comentou sobre o assunto nas redes sociais. “Absurda a reintegração de posse das famílias de uma ocupação em São Caetano do Sul (SP). Em meio à pandemia o mínimo que a Prefeitura e o Governo Estadual podem fazer é impedir que as pessoas sejam arrancadas de suas casas”.