
Pelo menos sete pessoas, moradores de São Bernardo e Diadema foram vítimas de uma mulher, que prometeu produtos a preços baixos, ficou com o dinheiro e não entregou as mercadorias. Tem quem teve prejuízo de até R$ 50 mil. As vítimas e a polícia já estiveram em endereços conhecidos da mulher que se identifica como Mayara Santin, mas ela ainda não foi localizada.
Só no 2° Distrito Policial de Diadema já foram identificadas pelo menos sete vítimas da mulher que já tem boletins de ocorrência onde figura como investigada pelo crime de estelionato. O delegado titular, Marcos Dario Mariano Silva, conta que foi instaurado inquérito para apurar a situação e as vítimas estão sendo ouvidas. “Por enquanto são sete boletins de ocorrência de estelionato e essa situação pode se tornar grande. Já foi feito o reconhecimento por fotos dela aqui na delegacia, foi feita uma diligência na casa dela, e outra na casa da mãe dela, em São Bernardo, neste local foi encontrado o carro da suspeita, mas ela não foi localizada”, explicou.
O delegado recomenda que as vítimas, mesmo aquelas que já tenham feito o boletim de ocorrência pela Delegacia Eletrônica, que também compareçam ao distrito policial, que fica na avenida Piraporinha, 1.449, para representar contra a acusada.
A mulher é contatada pelas vítima através do aplicativo Facily. Depois começa a oferecer produtos com preços ainda menores, porém com venda direta. Algumas vítimas receberam as primeiras encomendas outras foram ludibriadas logo na primeira compra, é o caso da cabeleireira Elisangela Paulino, de 43 anos, que chegou até Mayara através de uma amiga da sua igreja que a conhecia. “Eu nunca tinha comprado nada dessa forma ela disse que vendia diretamente, que era mais fácil com ela. Minha amiga que indicou disse que ela entregava tudo certinho antes, mas acho que ficou ambiciosa”, disse a vítima que deu queixa na polícia.
Até um grupo de WhatsApp foi criado para reunir as vítimas do golpe e já reúne 25 pessoas. “Eu tive outras amigas da igreja que tiveram prejuízos na faixa dos R$ 1,7 mil. No meu caso foram R$ 250 de produtos que eu comprei porque achei o preço interessante como caixas de leite, leite condensado e outros itens. No começo ela dizia que ia chegar, depois que estava separando, até que eu entendi que ela estava enrolando”, contou a cabeleireira. “No grupo disseram que muitas pessoas foram na casa dela, em Diadema, mas os vizinhos contaram que ela havia se mudado”, completou.
Outra vítima da falsa representante de vendas é a autônoma Andréia Bezerra, de 37 anos, que teve um prejuízo de R$ 1.040 também na primeira compra que fez diretamente com Mayara. “Um vizinho meu comprou e a mercadoria chegou, então ele recomendou. Eu fiz uma despesa com coisas para casa e paguei via Pix e ela disse que chegaria em 15 dias. Demorou e eu cobrei, ela disse que chegou, mas que estava separando, depois que o sistema estava fora do ar. Aí, numa quarta-feira eu fui na casa dela, os vizinhos do quintal disseram que ela tinha se mudado naquela madrugada porque já tinham ido outras pessoas lá e deu confusão até com polícia”, relatou.
As vítimas disseram que outas pessoas lesadas, mas que fizeram as compras através do aplicativo estão sendo ressarcidas pela Facily. O RD tentou contato com a empresa, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.