
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) a variante delta do novo coronavírus, que surgiu na Índia, já está presente em 124 países e deve ser, em poucos meses, a cepa dominante. O que se sabe da variante é que é muito mais contagiosa. Apesar disso, nada deve mudar nas ações de atendimento e combate à pandemia no ABC, onde as prefeituras irão manter as mesmas medidas de proteção. A aposta é no avanço da vacinação.
Audrei Rocha, secretário de Saúde de Ribeirão Pires, afirma que a preocupação em relação à nova cepa não é maior do que os cuidados com a pandemia de uma forma geral. “Já são várias variantes e vão surgir mais, o importante é que temos vacinas e elas são eficientes contra todas as variantes”, aponta o gestor, que considera medidas mais severas como barreiras sanitárias, desnecessárias no momento. “Não podemos descartar nada, mas agora esse tipo de ação não se justifica”, diz.
Em Ribeirão, o hospital de campanha tem apenas um paciente internado desde 22 de julho. A Prefeitura pretende desativar o local, mas não vai desmontar a estrutura que ficará como retaguarda caso a covid-19 apresente mais doentes. A secretaria vai dispensar parte do pessoal e levar parte da estrutura para nossa UPA (Unidade de Pronto Atendimento), que vai receber 15 leitos, sendo cinco com suporte ventilatório, cinco de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e os demais de enfermaria. “O nosso hospital de campanha vai continuar montado e se tivermos necessidade consigo recompor rapidamente o contingente de profissionais para por para funcionar novamente”, afirma.
A estratégia de Ribeirão Pires é correta na opinião do médico pneumologista e professor da Faculdade de Medicina do ABC, Elie Fiss. “Não muda nada. No momento temos queda de mortes, de internações, da ocupação das UTIs e de leitos para covid. Eu avalio que não deve mudar nada, tem que continuar com a vacinação e com os cuidados que vêm sendo adotados”, diz.
Santo André também não deve mudar a estratégia por conta da nova variante. Segundo Márcio Chaves, secretário de saúde, a cidade realiza entre 400 e 500 testes por dia e ainda não foi detectada a variante delta na cidade. “Essa cepa nos causa bastante preocupação porque nos Estados Unidos, que tem alta taxa de vacinação, registra aumento de casos, como na Europa. Por aqui nossos protocolos continuam os mesmos, reforçando para a população o uso de máscara, álcool em gel e para que seja evitada aglomeração. A situação melhorou, mas ainda não dá para viver normalmente”, comenta.
Sem pacientes no hospital de campanha montado na Universidade Federal do ABC), a Prefeitura prepara a desativação do espaço, para que seja usado na retomada das aulas presenciais. “Com a estrutura que temos montada no Pedro Dell’Antonia, no Centro Hospitalar Municipal e nas UPAs, acreditamos que temos condições de garantir o atendimento. Esperamos, ao mesmo tempo, cumprir o calendário estadual de vacinação e, em meados de agosto, já ter todos os adultos vacinados ao menos com a primeira dose, avançar nas segundas doses e também para o público jovem, crianças e adolescentes”, completa.
São Bernardo informa que até o momento não foi detectado nenhum caso da delta e que a média diária é de 950 testes por unidade de atendimento, entre UPAs e UBSs. Por meio de nota, diz que há mecanismo estabelecido para isolamento e identificação de quem teve contato com o doente, e que mantém vigilância e testagem de forma constante.
São Caetano São Caetano realiza em média 87 testes RT-PCR e antígeno por dia e não tem nenhum caso da variante delta detectado até o momento. O Comitê de Emergências e Combate ao Coronavírus se reúne frequentemente para monitorar e adotar estratégias de combate à pandemia.
Diadema relata fazer entre 200 e 250 testes RT-PCR por dia. Informa que está organizada para avaliação e triagem de novos casos e possível identificação de contactantes da nova variante ou de novas cepas que possam surgir. O município também iniciará a testagem com testes rápidos de antígeno, conforme protocolo estabelecido, nesta semana a públicos específicos, com o objetivo de isolar o mais precocemente possível os casos positivos em situação de maior vulnerabilidade.
Até 22 de julho o Instituto Adolfo Lutz, responsável pelos testes, não informou Diadema sobre casos da nova cepa. “Com isso, o enfrentamento à covid-19 continua baseado no trabalho de conscientização da população e em ações de prevenção, de rastreamento e monitoramento dos casos e de ações intersecretariais, aliado ao avanço da nossa campanha de vacinação para evitar o surgimento de novas variantes”, comenta a secretária de Saúde, Rejane Calixto.