
Estamos prestes a entrar na terceira semana consecutiva de retomada gradual das aulas em seis das sete cidades da região (exceto Rio Grande da Serra). Apesar dos protocolos e do retorno não obrigatório dos alunos para as escolas, reclamações ainda ocorrem, principalmente por parte dos sindicatos da categoria que consideram que só existirá segurança quando todos os profissionais da Educação estiverem com toda a base vacinal.
Na última semana quem realizou protestos foi o Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos de Diadema). No dia 10, servidores foram para frente da Prefeitura questionar a retomada com 25% da capacidade de cada instituição municipal, percentual abaixo de outros municípios, como Santo André e São Bernardo, que permitiram a volta de 100% dos alunos.
No mesmo dia, reunião com a Secretaria de Educação definiu o debate sobre alguns temas, como o estudo de viabilidade para antecipar a aplicação de segunda dose para os profissionais imunizados com vacinas que contam com período de 90 dias entre a primeira e a segunda aplicação, no caso, Astrazeneca/Oxford e Pfizer.
Tal medida depende de autorização estadual ou mesmo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em conjunto com o Ministério da Saúde. Especialistas defendem que as duas vacinas citadas possam ser aplicadas em um tempo de oito semanas ao invés de 12, porém, também dependem da disponibilidade de vacinas no mercado. Também é defendida a aplicação de uma terceira dose no caso daqueles que tomaram Coronavac, como dose de reforço, porém, nada foi validado oficialmente até o momento.
Questionada sobre a avaliação que faz sobre as duas primeiras semanas de retorno gradual, a Prefeitura de Diadema afirmou que “o levantamento ainda está sendo elaborado e em breve será divulgado. A pasta (Secretaria da Educação) reitera que o retorno às aulas tem sido feito de maneira gradual e fica a critério dos pais enviar ou não seus filhos à escola”.
Demais cidades
Santo André e São Bernardo são outros dois municípios que viram a pressão da categoria para que a retomada só fosse realizada após o ciclo completo de vacinação dos profissionais, fato que não aconteceu.
No caso de São Bernardo, a Prefeitura estabeleceu testes em professores e alunos. Sexta-feira (13/8), 683 estudantes foram testados e 100 profissionais de quatro escolas. Os dados sobre resultados positivos para covid-19 não foram divulgados. Apesar de permitir o retorno de todos os alunos, a atual frequência presencial é de 60% em média.
Em Santo André, não houve a realização dos testes, mas a Prefeitura alega que 97% dos trabalhadores da Educação estão com pelo menos uma dose da vacina aplicada e que os protocolos seguem sendo cumpridos na cidade. “Todas as ações acontecem dentro do esperado pela administração, sem registros de intercorrências que justificassem qualquer tipo de medida extrema”.
São Caetano, que já tinha retomado as aulas em junho, relatou que até sexta-feira (13/8), 26 alunos e 45 servidores foram infectados. No caso dos alunos, quando há um resultado positivo, toda a turma é obrigada a cumprir quarentena em casa. “Avaliamos com muita responsabilidade que desde o início da retomada às aulas, presenciais, não houve um aumento substancial do número de casos ligados a esse retorno, que acontece de forma gradual e com muita adesão dos alunos”, explica a Secretaria de Educação.
Ribeirão Pires informou que nas primeiras duas semanas, 38,5% dos 7,2 mil estudantes foram pelo menos uma vez para escola. A média diária é de 1,6 mil alunos. “Nessas duas primeiras semanas de retomada de aulas presenciais nós priorizamos o acolhimento dos estudantes com atividades que trabalham aspectos socioemocionais. As crianças chegaram preparadas, orientadas por suas famílias sobre os cuidados de prevenção ao coronavírus. Esses protocolos estão sendo reforçados pelas equipes”, avaliou a secretária de Educação, Rosi de Marco.
Contatada, a Prefeitura de Mauá não respondeu os questionamentos até o fechamento desta matéria.