
Quem precisou de atendimento nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) Bangu, em Santo André, e Barão, em Mauá, na tarde desta segunda-feira (27/09) enfrentou fila e falta de distanciamento social. As prefeituras da região, em sua maioria, apontam aumento da procura por atendimento desde o último mês, o que pode ser reflexo da vacinação, com as pessoas se sentindo mais seguras para buscar atendimento nas unidades.
No caso de Mauá, a moradora Cirles Silva, levou o filho à UBS (Unidade Básica de Saúde) do Jardim Mauá, e acabou encaminhada à UPA Barão. “Me disseram que não poderiam atender ali, só se fosse urgência, e me mandaram para a UPA. Acho que deveria ser o contrário, pois se atendessem os casos menos graves na UBS a UPA não estaria tão lotada como a encontramos. Tinha tanta gente que não tinha como ter distanciamento social nenhum”, disse a moradora que levou o filho, que tem bronquite, ao médico porque ele estava em crise respiratória. “Se todas as 23 UBSs mandarem os pacientes para a UPA é claro que vai lotar”, disse a moradora que ficou mais de 2 horas aguardando atendimento na Unidade de Pronto Atendimento.
Em Santo André a situação foi pior. A moradora Ednilsa Cristina Martins, chegou a UPA Bangu pela manhã, com tosse e dor de garganta. Ela levou mais de três horas para ser atendida, o que só ocorreu depois que ela reclamou com vários funcionários até que sua ficha de atendimento, que estava perdida, foi encontrada em outra sala e não naquela em que deveria estar. “Depois que eu reclamei na recepção, rapidinho me atenderam. Estava lotado e não tinha nenhum distanciamento, as pessoas sentavam uma do lado da outra sem respeitar a distância e não tinha nenhum guarda ou funcionário para orientar”, disse a paciente.
“Passadas quase duas horas e nada de atendimento, levantei e fui perguntar para a médica da sala um, onde eu seria atendida, e a ficha não estava lá. Reclamei na triagem e não me deram atenção, fui na recepção e a atendente foi em todos os consultórios e achou minha fica na sala 3. Uma bagunça aquilo lá hoje. Se eu estivesse boa não ficaria ali esperando por quase três horas. No fim acabei bem atendida”, disse a andreense.
A prefeitura de Santo André informou, em nota, que foi necessária a colocação de mais um médico para dar conta da demanda na UPA Bangu. “A UPA, que já contava com três médicos em atendimento, disponibilizou mais um profissional para atender a demanda nesta segunda-feira (27/09). Lembrando que trata-se de uma unidade destinada a atendimentos de urgência, sem agendamentos. Ressaltamos ainda que, com as flexibilizações, os atendimentos na área da saúde vêm sendo retomados e há orientação em unidades básicas e de Pronto Atendimento quanto à necessidade de respeito ao distanciamento social, aos protocolos de higiene e para que evitem a presença de acompanhantes (quando for de fato necessário, que seja apenas um) – infelizmente, isso nem sempre é levado em conta. Para o caso de consultas e exames agendados, pedimos que as pessoas não se antecipem demais aos horários marcados. Em casos de síndrome gripal ou diagnóstico de covid-19 os pacientes, após triagem, têm atendimento priorizado”, justificou a prefeitura.

Já a prefeitura de Mauá disse que a informação que Cirles Silva passou ao RD não estava correta. “A informação passada pela mãe do paciente não procede. Ele foi acolhido e recebeu toda a assistência da equipe da UBS (Unidade Básica de Saúde) Jardim Mauá nesta segunda-feira (27/9). Ambos foram atendidos e orientados a procurarem a Unidade de Pronto Atendimento, pois, conforme avaliação clínica, o paciente, que tem bronquite e apresentava crise aguda, necessitava de um exame de imagem (raio-x) do pulmão, serviço que, desde a criação das UPAs, em 2008, por orientação do Ministério da Saúde, não é realizado em UBSs. Em nenhum momento o paciente ficou desassistido”, informou a administração.
Demanda
Desde que um número maior de pessoas passou a receber a segunda dose da vacina contra a covid-19, no último mês, que as prefeituras têm registrado aumento de demanda nos atendimentos à saúde. A prefeitura de Ribeirão Pires informou que não registrou superlotação em suas unidades de atendimento, mas afirma que o aumento do número de pacientes vem aumentando. “Em Ribeirão Pires o aumento está sendo gradativo conforme avança a imunização contra a covid-19. As pessoas estão sentindo-se seguras e realizando os exames de rotina, bem como os check-ups. Até o momento, nenhuma unidade de saúde ficou superlotada”, informou a prefeitura em nota.
Da mesma forma, a prefeitura de São Caetano também diz que o movimento nas unidades de saúde aumentou. “A Unidade Hospitalar Complexo Hospitalar de Clínicas, sentiu o aumento da demanda, contudo tem dado vazão ao que é solicitado (dentro da complexidade pactuada)”, informou a prefeitura, que diz que há ainda todo protocolo para covid-19 continua sendo seguido. “Há uma linha de comunicação entre o PA e UBS. Os casos que vão com frequência ao PA são encaminhados para a atenção Básica. Atualmente no município os casos de Síndrome Gripal leve são atendidos no PA e na UBS Caterina Dall’anese e pelo Disque Coronavirus, seguindo os protocolos do covid. A demanda tem se mantido constante”, sustenta a administração sancaetanense.
Em São Bernardo a demanda também cresceu. “A Prefeitura de São Bernardo, por meio da secretaria de Saúde, informa que, com o recuo da pandemia, houve o aumento do número de atendimentos registrado nas UPAS no último mês. Em relação às UBSs, o atendimento ambulatorial é 80% maior, no comparativo ao período da chegada da pandemia”, diz a prefeitura que, no entanto, não ter registrado problema com superlotação nas unidades.
A prefeitura de Diadema foi a única que informa não ter registrado aumento significativo de demanda nas últimas semanas. A cidade não tem UPAs e a porta de entrada dos serviços de Saúde são as UBSs. A prefeitura de Rio Grande da Serra não respondeu ao RD.